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Acionista pede mudança no Conselho da Telecom Italia para reduzir influência da Telefónica

15 jan 2014 - 17h08
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O investidor rebelde Marco Fossati pediu nesta quarta-feira que a Telecom Italia dê aos acionistas minoritários mais assentos no Conselho de Administração, em sua tentativa de reduzir a influência da espanhola Telefónica sobre a rival italiana.

Pessoal técnico da Telecom Italia dirigindo um carro em Roma. O acionista rebelde da Telecom Italia, Marco Fossati, fez um apelo por mudanças ao estatuto do grupo italiano de telefonia para garantir aos investidores minoritários uma representação maior no Conselho de Administração, mostrou um documento nesta quarta-feira. 20/02/2013
Pessoal técnico da Telecom Italia dirigindo um carro em Roma. O acionista rebelde da Telecom Italia, Marco Fossati, fez um apelo por mudanças ao estatuto do grupo italiano de telefonia para garantir aos investidores minoritários uma representação maior no Conselho de Administração, mostrou um documento nesta quarta-feira. 20/02/2013
Foto: Alessandro Bianchi / Reuters

A Telefónica controla a Telecom Italia, juntamente com três instituições financeiras italianas, por meio do veículo de investimento Telco, que tem uma participação de 22,4 por cento na empresa.

O arranjo acionário vem permitindo que a Telco nomeie quatro quintos do Conselho, deixando os investidores minoritários com pouco a dizer sobre a estratégia da companhia.

Em uma carta ao Conselho de Administração da Telecom Italia, Fossati - terceiro maior acionista da empresa, com uma participação de 5 por cento - pediu a introdução de sistema de votação proporcional.

A Telecom Italia e a Telefónica são concorrentes diretas no Brasil - a primeira controla a TIM Participações, e a segunda, a Vivo - e Fossati acredita que este conflito de interesses poderia forçar o presidente-executivo Marco Patuano a tomar decisões que favoreçam a gigante de telecomunicações espanhola.

Um ponto-chave do debate é o futuro da TIM Participações, que responde pela principal fonte de crescimento da endividada operadora italiana de telefonia. Fontes próximas ao assunto dizem que a Telefónica avalia repartir e vender a TIM para atender às exigências das autoridades regulatórias.

"Fossati quer ter certeza de que a venda da unidade no Brasil só será realizada se o preço for muito maior do que seu valor de mercado atual", afirmou nesta quarta-feira uma fonte do setor financeiro familiarizada com o pensamento do executivo.

As discussões sobre governança provavelmente continuarão nas próximas semanas, em meio a especulações de que uma oferta pela TIM, cujo valor de mercado passa de 13 bilhões de dólares, pode estar próxima.

A Telecom Italia deve decidir em uma reunião do Conselho na quinta-feira que qualquer oferta por sua unidade brasileira deverá ser avaliada por diretores independentes, numa investida que poderá protegê-la de acusações de conflito de interesses.

Outra reunião do Conselho no dia 6 de fevereiro deve discutir a proposta de Fossati para uma representação proporcional dos investidores minoritários no Conselho, disse uma fonte próxima ao assunto.

(Por Stefano Rebaudo)

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