O vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), veio ontem a Fortaleza representar o presidente Fernando Henrique Cardoso na reunião da SIP. No discurso, Maciel defendeu a liberdade de imprensa, como a "irmã siamesa" da democracia.

O coral do O Povo, jornal anfitrião do evento da SIP no Brasil, deu as boas vindas. Na porta do Caesar Park, onde as reuniões acontecem até amanhã, o vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), parou um instante, surpreso pela homenagem e pelo repertório. Depois, para um auditório lotado, ele reafirmou o papel da imprensa aos participantes da SIP, o de ser um pólo de reflexão, conciliar tradição com inovação, ajudar a criar condições de se pesar o passado e iluminar o futuro.

Uma frase do jornalista Barbosa Lima Sobrinho - a de que as liberdades básicas são conexas - deu o mote ao vice-presidente. Segundo ele, a existência de liberdade de expressão implica, portanto, na existência de liberdades públicas seguras. "Como irmãs siamesas, a liberdade de imprensa e a democracia". Na análise dos problemas sociais, a imprensa cria condições para promover a modernização institucional, acrescenta Marco Maciel. "Desejamos participar, cada vez mais, das grandes transformações, do mundo marcado pela globalização, de uma posição maior no mercado internacional".

Marco Maciel lembra que, nesses seis anos, dois meses e quase quinze dias de governo FHC, avançou-se em reformas básicas - foram 31 emendas constitucionais aprovadas, 27 no atual governo. "Um êxito, considerando que a nossa Constituição é muito longa, um total de 350 artigos". Para Maciel, o Brasil se coloca diante desse mundo que se transforma e se moderniza, mas ainda há muito o que fazer. "Aprovamos as emendas, mas faltam as reformas básicas". Ele listou pelo menos três desses desafios: a tributária, judiciária e a partidária.

Na opinião do vice-presidente da República, em tempos como esse, o papel da imprensa se agiganta, funciona como fórum de discussão dos brasileiros, contribuindo para a gerar informação e formar consciência social. "Os jornais potencializaram seu papel. São hoje um pólo de reflexão e análise dos problemas de um País que consolidou a prática democrática, trabalha pela retomada de seu processo de desenvolvimento e, principalmente, pelo resgate social". À platéia atenta, Maciel confessou-se gutemberguiano por formação: "acredito no poder da mídia impressa e no seu papel na construção do futuro".