| Mudar ou Morrer |
Sábado, 17 de março de 2001
O primeiro palestrante da Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que teve início ontem, foi Fernando Leñero, vice-presidente da José Leñero e Associados, da Costa Rica. Durante sua participação no seminário "É hora de alterar o modelo tradicional - e como fazê-lo?" ele afirmou que os jornais devem mudar seus conceitos sob pena de se transformarem em empresas obsoletas.
Segundo ele, uma reivenção do jornal é necessária para se adptar a um novo mundo tomado pela tecnologia e a rapidez. Sem contar, segundo Leñero, que os clientes estão exigindo mais serviços e qualidade por menor custo.
A extrema concorrência também força as empresas a se adaptarem ao novo mercado. Os fornecedores passaram a oferecer mais opções, qualidades e preços e a concorrência está sempre decidida a tirar o outro do mercado.
Para as empresa que ainda não sabem exatamente quando é hora de renovação, Leñero diz que a sintomatologia é uma só:
Perda da rentabilidade ou lucros insuficientes;
Medo de investir e/ou escassez de recursos;
Concorrência ameaçadora ou crescente;
Para sobreviver, é preciso de subterfúgios como descontos ou brindes;
É preciso mentir para vender, já que o mercado de leitores diminuiu e a demanda publicitária se retraiu;
Os anunciantes pedem mais eficácia e informações;
E, por fim, a extrema unção: o jornal não consegue atrair os leitores jovens.
Outro fator que denuncia a situação precária de um veículo é a falta de interesse de quem faz o jornal. "Se um produto editorial não dá prazer de fazer, não dá prazer de ler." Para evitar isto ele recomenda: não se deve impor sua própria agenda, preferindo dar ênfase aos fatos e às fontes. Novos ares também se fazem necessários quando o concorrente, mais ágil, está lançando novidades, enquanto seu jornal exibe sinais externos de complacência, medo, cansaço, monotonia e pessimismo.
O novo jornal - Para iniciar uma nova fase na empresa é preciso fazer um produto que emociona, inquieta, cativa e faz pensar, tornando-se leitura imprescindível. Para isso, a opinião impõe uma agenda, orienta, esclarece, é consisente, implacável e independente. O estilo deste produto deve ser ágil, direto, contundente, variado, amplo, cheio de novidades e ser único. O design precisa ser fresco, leve, colorido, gráfico, elegante, dinâmico , lógico e comunicativo.
Portanto, quem quiser sobreviver terá que impactar ediorialmente os leitores todos dias, oferecendo-lhe um produto útil, atual, relevante e de credibilidade. Para isso, é preciso conhecer profundamente seus leitores, seus gostos, comportamentos e padrões de consumo por segmento. Terá ainda que vender publicidade como o melhor veículo para alcançar determinados públicos, ao tempo que disporá das melhores ofertas diárias nas ruas.
O Povo
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