David Hume, diretor do La Prensa, diário de Manágua, Nicarágua, encerrou o primeiro dia da reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) falando sobre suas "Experiências práticas na reengenharia da Redação". Para Humes, além de responder às tradicionais perguntas do jornalismo - o que, quem, quando, onde e como - o jornal impresso deve necessariamente ter em seu texto uma quinta: o por quê."Os cidadãos tomam conhecimento do fato através do rádio e da televisão, mas é através do jornal que eles compreendem aquele fato". Em nome da sobrevivência do meio, os jornalistas precisam entender que o que eles fazem não é uma cobertura jornalística, na opinião de Humes. É mais que issso: elaboram um produto noticioso para consumo.
"Ironicamente, a salvação dos jornais está em uma área que os jornalistas desprezam: o marketing", afirmou o nicaragüense, justificando porque é necessário acabar com a romantização da profissão de repórter. "Não existem mais leitores, mas consumidores de informação."
Outro ponto falho do jornalismo atual, segundo ele, é que existe um abismo enorme entre jornalistas e leitores. "É preciso que os jornalistas ouçam o que os leitores estão falando. É fundamental que os jornais saibam quais são as necessidades e expecativas dos seus leitores."
A reunião de Meio de Ano da SIP, que começou neste sábado (17) reunindo cerca de 400 representantes das três Américas, prossegue amanhã.