Quarta-feira, 19 de março de 2001
Entre as conclusões da SIP em Fortaleza, está a questão do assassinato, que continua sendo utilizado para calar o jornalismo no continente. Nos últimos seis meses, seis jornalistas foram mortos durante o exercício da profissão. três deles na Colômbia, um no Haiti, Paraguai e México, respectivamente.
Além da eliminação física dos jornalistas, a conclusão dos trabalhos realizados pela SIP nos últimos quatro dias aponta para o fato de que, além da eliminação física de jornalistas, a falta de independência dos Poderes Judiciários de muitos países da América Latina e do Caribe é uma ameaça grave para o livre fluxo das informações.
E, juntando-se ao fato de que ocorre um processo de perseguição judicial a jornais e jornalistas, a convergência desses fatos limitam o "desfrutar pleno das garantias próprias da democracia nesses países". Por isso, ainda segundo as conclusões da SIP, "são tão importantes os princípios enumerados na Declaração Interamericana de Liberdade de Expressão e tão necessário que ela seja ratificada na Assembléia da Organização dos Estados Americanos (OEA)".
"O novo enfoque agora é a luta contra a impunidade, que deve ser levada até as últimas conseqüências", avalia o diretor do Novedades de Acapulco, do México, Hector Dávalos. Para o coordenador da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação, Rafael Molina, do jornal Ahora, de Santo Domingo, República Dominicana, apesar do panorama apresentado durante os quatro dias do encontro, "a SIP vai manter sua luta para erradicar a impunidade, os assassinatos e a violência contra os jornalistas, assim como os atentados, as ameaças e a discriminação contra os meios e toda a legislação ou regulamentação que afeta o sagrado direito dos cidadãos de se informa e serem informados livremente".
Paulo Barros/O Povo