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Sérgio Moro diz que caso Lula "pertence ao passado"

Em palestra em São Paulo, ministro também defendeu a criminalização do caixa dois

7 fev 2019 - 14h48
(atualizado às 14h59)
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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, fez nesta quinta-feira, 7, uma defesa enfática da criminalização do caixa dois, um dos pontos do projeto anticrime apresentado por ele no começo da semana, e afirmou que o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, "pertence ao passado". As declarações foram dadas em almoço com juristas e advogados promovido pelo Instituto de Advogados de São Paulo (IASP).

"Os políticos que me perdoem, mas caixa dois é trapaça, é crime. Não tão grave quanto a corrupção, mas tem de ser criminalizado", afirmou o ministro.

Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro
16/01/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro 16/01/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Ele disse ainda que o Estado tem de reconhecer a existência de organizações criminosas. "Não reconhecer o problema é pior. Nós estamos reconhecendo o problema e queremos mandar uma mensagem", disse.

Judicialização da política

O ministro também cobrou dos políticos a aprovação do projeto. "Se nós reclamamos da judicialização da política é porque a política tem se omitido em aspectos fundamentais", afirmou o ministro, ressaltando que um deles é o combate à corrupção. De acordo com Moro, o governo, a sociedade civil e o Congresso tem de trabalhar em conjunto contra a corrupção.

Em relação ao projeto anticrime, Moro reconheceu que mudanças podem ser feitas. "Não desconheço que existe muito mais a ser proposto e que pode ser feito, mas este projeto inicial visa adotar medidas muito simples sem prejuízo de outras iniciativas relevantes", afirmou.

O ministro afirmou ainda que o endurecimento das penas tem de ser seletivo. "Não pode haver um endurecimento geral do sistema, mas é necessário endurecimento em relação à criminalidade mais grave", disse. Moro comentou ainda que, na campanha, o atual presidente Jair Bolsonaro foi o candidato que mais apresentou um discurso anticorrupção e contra a criminalidade.

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