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Saraiva reforça aposta em marketplaces em acordo para ter loja em sites da B2W

24 nov 2017 - 10h22
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A Saraiva fechou acordo para vender livros nos sites da empresa de comércio eletrônico B2W, dona das bandeiras Americanas.com e Submarino, repetindo uma estratégia iniciada em setembro com a venda de produtos no Mercado Livre.

A maior rede de livrarias do Brasil está promovendo uma reestruturação de suas operações, em meio à fraqueza da economia e mudanças de hábitos dos consumidores que têm incentivado a empresa a fechar ou reduzir o tamanho de suas lojas físicas. Ao mesmo tempo, tem visto nos chamados "marketplaces" da Internet oportunidades de ampliar sua base de clientes.

"A resposta dos clientes tem sido muito boa. No Mercado Livre, a venda tem sido acima da expectativa que tínhamos e estamos estudando outras parcerias", disse em entrevista à Reuters o vice-presidente comercial da Saraiva, Marcelo Ubriaco. "Até três meses atrás estávamos disputando clientes com a B2W e agora estamos vendendo juntos", acrescentou.

Segundo ele, hoje a rede tem 220 mil títulos no Mercado Livre enquanto na B2W são 150 mil. "A tendência é que esses números se igualem", disse o executivo, acrescentando que a Saraiva está testando vendas de outras categorias de produtos no Mercado Livre.

O executivo evitou mencionar números precisos, mas afirmou que 70 por cento das compras de produtos da Saraiva expostos no Mercado Livre desde setembro foram feitas por consumidores que não eram clientes da rede de livrarias.

As parcerias com Mercado Livre e B2W, os dois maiores grupos de varejo online do Brasil, vem após a Saraiva ter fechado em setembro 12 lojas no país, reduzindo sua presença para 100 pontos em 17 Estados e Distrito Federal.

"Hoje estamos fazendo troca de ativos não rentáveis. Estamos num processo de fechamento de lojas e aberturas... Em setembro fomos mais contundentes, ainda estamos analisando novos fechamentos, mas o que era mais emergencial, já fizemos", disse Ubriaco.

Entre as mudanças mais recentes, a empresa reduziu pela metade os 2.000 metros quadrados de área de loja mantida no Morumbi Shopping, centro de compras de alto padrão, operado pela Multiplan, na capital paulista. O corte foi implementado há duas semanas, disse Ubriaco. "Categorias de música e filme ocupavam quase um quarto da loja, o que não faz mais sentido com o processo de digitalização. Área de vendas em shopping center é algo caro e não podemos manter uma área que não adiciona rentabilidade", afirmou o executivo.

A Saraiva, porém, não pretende fechar seu próprio site de comércio eletrônico após as parcerias com marketplaces, como são conhecidos os sites de venda online que comercializam produtos de terceiros. Ubriaco afirmou que a Saraiva prefere manter seu site diante da integração do canal com as lojas físicas da empresa, apesar do tíquete médio de cerca de 100 reais ser menor que a média do mercado de 400 reais.

Segundo ele, o site da Saraiva recebe 229 milhões de visitas por ano e em 20 por cento das vendas de livros da companhia pela Internet o cliente opta por retirar os produtos nas lojas físicas da rede. "É difícil dissociar isso", afirmou o executivo.

E enquanto faz parcerias envolvendo seus próprios produtos, a Saraiva prepara para reforçar em uma segunda etapa as parcerias com vendedores do próprio marketplace da rede de livrarias, afirmou o executivo. Para isso, a empresa deverá unificar o sistema de carrinho de compras, que hoje força o cliente a pular para o site do vendedor para concluir a compra em vez de se manter na página da Saraiva.

"Isso demonstra que o marketplace vai ter vários desenhos. Marketplaces como Mercado Livre que vendem de tudo e marketplaces de categorias complementares", disse Ubriaco. Ele estimou em 24 meses a chegada de melhorias de carrinho único ao sistema da Saraiva e ampliação de parcerias da empresa na área.

No curto prazo, a Saraiva deve adicionar mais quatro lojas ao seu parque entre até o fim de 2018, disse o executivo, mantendo a lógica de formatos menores, algo que também está sendo adotado por rivais de outros segmentos, como a Via Varejo.

Sobre a Black Friday, evento que ocorre nesta sexta-feira que varejistas prometem praticar descontos sobre uma ampla variedade de produtos de oferta limitada, Ubriaco disse que a grande dúvida é saber se o crescimento das consultas dos consumidores verificado nos últimos dias vai se converter em compras de fato.

"Muita gente está pesquisando, mas temos que ver se isso se converte em pedidos...Daqui sete dias cai uma parte do 13º (salário) e isso ajuda drasticamente o sucesso do evento", afirmou o executivo.

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