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Rússia nega uso de armas químicas em Douma

Moscou afirma que informação de ataque químico contra reduto rebelde sírio é fabricada por países ocidentais

8 abr 2018 - 10h47
(atualizado às 11h15)
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A Rússia negou categoricamente neste domingo (8) as informações sobre um suposto ataque químico realizado por forças do regime sírio no reduto rebelde de Douma, nos arredores de Damasco.

"Negamos categoricamente tal informação e, assim que a cidade de Douma for liberada dos rebeldes, nos declaramos dispostos a enviar imediatamente nossos especialistas", disse o general Yuri Yevtushenko, chefe do Centro de Reconciliação russa na Síria.

ONGs falam de dezenas de mortos após ataque a reduto rebelde na Síria
ONGs falam de dezenas de mortos após ataque a reduto rebelde na Síria
Foto: DW / Deutsche Welle

Segundo a ONG Capacetes Brancos, pelo menos 40 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, morreram no sábado por asfixia num ataque químico contra o reduto rebelde. A ONG disse ainda que a utilização de "gás cloro tóxico" deixou centenas de feridos.

Já a organização médica síria e americana, outra ONG, falou num total de 41 mortos e também em centenas de feridos. Por sua vez, o Observatório Sírio de Direitos Humanos assegurou que morreram 80 civis, metade dos quais devido à asfixia resultante do colapso das infraestruturas (inclusive de abrigos).

O general russo explicou que os especialistas do seu país em limpeza química, biológica e radiativa "recolherão dados que confirmarão que essas declarações são fabricadas".

Ele acusou "uma série de países ocidentais" de tentar impedir o reatamento da operação de retirada de rebeldes de Douma, paralisada há dois dias. "Para isso se utiliza o tema preferido de Ocidente que é o uso de armas químicas por parte das forças governamentais sírias", afirmou Yevtushenko.

A agência oficial do regime sírio, Sana, também rejeitou qualquer responsabilidade das forças sírias e garantiu que "as denúncias do uso de substâncias químicas em Douma são uma tentativa clara de impedir o progresso do Exército".

Advertência americana

Os Estados Unidos pediram neste domingo à Rússia para que ponha fim "imediatamente" ao seu apoio "incondicional" ao governo de Bashar al-Assad depois do suposto ataque químico ocorrido no sábado contra o último reduto rebelde nos arredores de Damasco.

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou em comunicado que a Rússia "descumpriu os seus compromissos com as Nações Unidas e traiu a Convenção sobre Armas Químicas ao proteger incondicionalmente Assad".

"A proteção do regime de Assad por parte da Rússia e a sua incapacidade para deter o uso de armas químicas na Síria questiona o seu compromisso de resolver a crise global e as maiores prioridades de não proliferação", afirmou a porta-voz.

O governo americano acompanha de perto as informações sobre o suposto ataque a um hospital em Douma, onde, sem detalhar o número de mortos, reconheceu que pode haver "um número potencialmente alto de vítimas".

Nauert insistiu que o histórico de Assad com o uso de armas químicas contra o seu próprio povo "não está em discussão" e lembrou que há um ano as forças do governo sírio fizeram um ataque de gás sarin que matou aproximadamente cem sírios.

CA/efe/dpa/lusa

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