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Rússia alerta Ocidente: não testem nossa paciência

28 abr 2022 - 08h31
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A Rússia alertou o Ocidente nesta quinta-feira de que haverá uma resposta militar dura a qualquer novo ataque ao território russo, acusando os Estados Unidos e seus principais aliados europeus de incitar abertamente a Ucrânia a atacar a Rússia.

A invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro matou milhares de pessoas, desalojou milhões a mais e levantou o medo do confronto mais sério entre a Rússia e os Estados Unidos desde a Crise dos Mísseis Cubanos de 1962.

Dois meses desde que invadiu a Ucrânia, a Rússia relatou nos últimos dias o que diz ser uma série de ataques das forças ucranianas às regiões russas que fazem fronteira com o país, e advertiu que tais ataques podem provocar de uma escalada significativa.

A Ucrânia não assumiu diretamente a responsabilidade, mas diz que os incidentes são vingança, enquanto que a Rússia tem se referido às declarações do Reino Unido, membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), de que é legítimo que a Ucrânia tenha como alvo a logística russa.

"No Ocidente, eles estão incitando abertamente Kiev para atacar a Rússia, inclusive com o uso de armas recebidas de países da Otan", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, a repórteres em Moscou.

"Não os aconselho a testar ainda mais nossa paciência."

O Ministério da Defesa russo disse na terça-feira que se tais ataques continuarem, Moscou atacaria os centros de tomada de decisão na Ucrânia, incluindo aqueles onde disse que os conselheiros ocidentais estavam ajudando Kiev.

"Kiev e as capitais ocidentais deveriam levar a sério a declaração do Ministério da Defesa de que o incitamento adicional da Ucrânia a atacar o território russo definitivamente levará a uma resposta dura da Rússia", disse Zakharova.

Zakharova rotulou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, como um fantoche do Ocidente, que estava sendo usado pelos Estados Unidos para ameaçar a Rússia

"Você está sendo usado", disse.

Os Estados Unidos descartaram o envio de forças próprias ou da Otan para a Ucrânia, mas Washington e seus aliados europeus forneceram armas para Kiev, tais como drones, artilharia pesada Howitzer, mísseis antiaéreos Stinger e mísseis Javelin anti-tanque.

A assistência total à segurança dos EUA desde a invasão é de cerca de 3,7 bilhões de dólares, disse uma autoridade norte-americana.

O presidente russo, Vladimir Putin, aponta as remessas ocidentais de armas à Ucrânia como parte de um plano mais amplo dos Estados Unidos e de seus aliados para destruir a Rússia --e prometeu que nunca terão sucesso.

Putin disse que a "operação militar especial" na Ucrânia é necessária porque os Estados Unidos estavam usando a Ucrânia para ameaçar a Rússia e Moscou teve que se defender contra a perseguição a pessoas de língua russa no país vizinho.

Ele aponta o conflito como um confronto inevitável com os Estados Unidos, que ele acusa de ameaçar a Rússia ao se intrometer em seu quintal e ampliar a Otan.

A Ucrânia diz que está lutando contra uma apropriação de terra ao estilo imperial e que as alegações de genocídio de Putin são um disparate. Zelenskiy tem implorado aos líderes norte-americanos e europeus que forneçam armas e equipamentos mais pesados a Kiev.

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