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Renan diz que é preciso 'estancar a sangria' dos supersalários

Para o senador, que criou comissão sobre o assunto, é 'urgente' combater as remunerações que elevam os salários da elite do funcionalismo público

20 jun 2018 - 19h37
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BRASÍLIA - O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cobrou nesta quarta-feira, 20, a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto que regulamenta o teto dos salários do funcionalismo público e um posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto.

Ele voltou ao tema depois de o Estado mostrar que a Câmara de Conciliação da Advocacia-Geral da União (AGU) enviou ao Supremo um relatório sobre o pagamento de auxílio-moradia a juízes e promotores sem um acordo fechado, após três meses de negociação. O documento traz algumas propostas feitas nas reuniões, mas deixa para a Corte a decisão do que fazer.

Em um discurso no plenário, Renan usou uma expressão que ficou famosa na boca do senador Romero Jucá (MDB-RR), e disse que o STF precisava "estancar essa sangria" dos supersalários.

"Isso tem que acabar! Isso é um acinte! Promotor ganhando R$ 100 mil, R$ 150 mil; juiz de primeira instância, em alguns Estados, ganhando R$200 mil. São notórios os casos. É preciso haver transparência! O Supremo Tribunal Federal tem que chamar o feito à ordem e estancar essa sangria, porque nós estamos com um déficit fiscal muito grande", disse.

Para o senador, é "urgente" fazer esse debate e combater "as remunerações conhecidas como penduricalhos, que engordam os salários da elite do funcionalismo público brasileiro, sobretudo, do Judiciário e do Ministério Público Federal".

Ele também cobrou a votação do projeto sobre o assunto que está na Câmara. "Em um momento de absoluta dificuldade fiscal, conviver com supersalários, ou com os Poderes ainda recebendo penduricalhos, é um horror", disse.

Alvo da Operação Lava Jato e em permanente confronto com o Poder Judiciário, Renan criou em 2016, quando era presidente do Senado, uma comissão para elaborar projetos sobre o tema. Quase dois anos depois, as propostas ainda tramitam na Câmara. Na semana passada, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), relator de um dos projetos, apresentou o seu parecer na comissão especial que discute o tema.

Pela proposta, União e os Estados poderão economizar pelo menos R$ 2,3 bilhões ao ano com o fim de penduricalhos nos salários dos servidores. Apesar da apresentação do relatório, a votação não ocorreu e ainda não foi remarcada.

Estadão
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