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Rebeldes sírios dominam grande parte de Aleppo

30 nov 2024 - 16h28
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Um grupo de forças de oposição sírias tomou partes significativas de Aleppo, a segunda maior cidade do país. Este evento marca uma reviravolta significativa em um conflito que outrora parecia adormecido. Desde 2016, quando as forças do governo de Bashar Al-Assad retomaram Aleppo, os rebeldes não haviam conseguido penetrar na cidade da Síria. No entanto, com a nova ofensiva, vê-se uma mudança no equilíbrio de poder local. Este avanço rebelde ocorre sob um cenário de resistência aparentemente mínima do exército sírio, como afirmado por residentes locais.

Bashar Al
Bashar Al
Foto: Assad - depositphotos.com / ifeelstock / Perfil Brasil

O significado da tomada de Aleppo

A captura de partes substanciais de Aleppo representa um marco importante para os rebeldes sírios. Eles agora controlam áreas que ficaram anos sob domínio estatal, expandindo o seu território na região. As imagens de combatentes agitandobandeiras e comemorando as vitórias demonstram esse novo avanço.

A presença das forças de oposição em Aleppo sugere possíveis mudanças nas operações militares e na geopolítica local. Entretanto, ainda há bairros da cidade fortemente guardados pelo regime sírio e pelos seus aliados, incluindo milícias iranianas.

A resposta do regime não demorou, com a força aérea russa realizando ataques nas províncias de Aleppo e Idlib. Essa contraofensiva visa conter a expansão rebelde e foi reportada amplamente pela mídia estatal da Rússia.

Quais são os objetivos dos rebeldes?

A incursão em Aleppo é liderada por uma coalizão designada "Comando de Operações Militares", composta por facções islamistas e grupos moderados. Segundo líderes da coalizão, seus objetivos principais são eliminar o regime de Assad e as milícias iranianas, vistos como opressores dos territórios sírios.

Os rebeldes indicam que a nova ofensiva busca retomar territórios perdidos e consolidar um novo poder em áreas centrais da Síria. Este conflito se destaca como um dos mais significativos nos últimos anos, sinalizando a intenção dos rebeldes de redefinir o cenário político e militar do país.

Desde os protestos da Primavera Árabe em 2011, a Síria tem estado em meio a uma guerra civil devastadora. O regime de Assad enfrentou uma dissidência crescente, enquanto uma força rebelde unida, conhecida como Exército Sírio Livre, emergiu para desafiar o governo.

A guerra se intensificou com a intervenção de potências internacionais, incluindo Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e Rússia. O conflito tornou-se um campo de batalha para uma guerra por procuração, com diversos interesses estranhos se entrelaçando e exacerbando a situação interna da Síria. Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito diminuiu, mas tensões latentes persistiam. Esta nova escalada em Aleppo pode reabrir antigas feridas e restaurar a violência em grandes proporções.

As consequências humanitárias do conflito sírio são profundas e continuam a moldar a região. De acordo com a ONU, mais de 300 mil civis morreram, e milhões foram deslocados. O território da Síria está entrelaçado a uma rede complexa de alianças e rivalidades regionais, tornando qualquer resolução um desafio significativo.

Perfil Brasil
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