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Radicais do Irã atacam presidente em meio a aumento da pressão dos EUA

16 mai 2019 - 09h21
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A pressão crescente dos Estados Unidos sobre o Irã enfraqueceu o presidente moderado Hassan Rouhani e tornou seus rivais linha-dura mais assertivos dentro do país e no exterior, como mostram desdobramentos recentes.

Presidente do Irã, Hassan Rouhani
14/02/2019
Sergei Chirikov/Pool via REUTERS
Presidente do Irã, Hassan Rouhani 14/02/2019 Sergei Chirikov/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

Quando sucedeu o polêmico líder Mahmoud Ahmadinejad em 2013, Rouhani era visto como uma figura do establishment que faria pouco para acabar com o longo impasse do Irã com o Ocidente.

Dois anos depois, seu governo assinou um acordo nuclear com potências mundiais que despertou esperanças de uma mudança política mais abrangente.

Agora a autoridade de Rouhani está minguando -- seu irmão, um conselheiro essencial para o acordo de 2015, foi condenado à prisão devido a acusações de corrupção não especificadas, um adversário linha-dura lidera o Judiciário e sua gestão está sob ataque por responder com muita calma ao aperto das sanções do presidente dos EUA, Donald Trump.

Trump disse que suspender as sanções em troca de limites ao programa nuclear não impediu Teerã de interferir em países vizinhos ou de desenvolver mísseis balísticos, e que a tentativa de aproximação de Rouhani com o Ocidente é uma cortina de fumaça.

Mas o rompimento dos EUA com o acordo nuclear um ano atrás e as tentativas subsequentes de acabar com as exportações de petróleo do Irã aumentaram consideravelmente a tensão regional. Na terça-feira, os militares norte-americanos disseram que seu país se prepara para "ameaças possivelmente iminentes a forças dos EUA" da parte de forças apoiadas por Teerã no vizinho Iraque.

Rouhani exortou facções opositoras a trabalharem juntas e apontou para os limites de seu poder em uma nação onde o governo eleito opera sob controle clerical e ao lado de forças de segurança poderosas e um Judiciário influente.

"Quanta autoridade o governo tem nas áreas que estão sendo questionadas é algo que precisa ser examinado", disse Rouhani no sábado, segundo o site da Presidência, uma tentativa aparente de repelir a revolta pública com a qualidade de vida declinante.

Ebrahim Raisi, que se tornou chefe do Judiciário em março e é candidato à sucessão do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, replicou que todos os poderes do governo têm autoridade suficiente para realizar suas tarefas.

Rouhani ainda tem dois anos de mandato, mas se for visto pelos iranianos como o responsável por seus problemas, é mais provável que seu sucessor adote uma postura mais rígida com o Ocidente, dizem alguns analistas.

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