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"Que o secretário possa dar as explicações plausíveis", diz Bruno Covas sobre prisão de Baldy

Prefeito da capital, com quem secretario de Transportes Metropolitano de Doria já havia se desentendido, classificou denúncia como "grave"

6 ago 2020 - 19h45
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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), comentou a prisão do secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmando esperar que o auxiliar do governador João Doria (PSDB) detido pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 6, possa dar "explicações plausíveis para uma denúncia tão grave quanto essa."

Covas, pré-candidato à reeleição, comentou a prisão durante visita a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Jardim São Luís, zona sul da capital. Ele defendeu as investigações, que foram conduzidas pela Lava Jato do Rio e focaram em desvios da área da saúde no Estado de Goiás, terra natal de Baldy.

"Que se investigue, que se apure. Nada a se esconder. Quanto mais investigação, quem ganha é a população, até que a gente possa separar o joio do trigo, onde você só tem denúncias e onde você eventualmente tem culpados. Que o secretário possa dar as explicações plausíveis para uma denúncia tão grave quanto essa que aparece nos jornais de hoje", disse Covas.

O prefeito e o secretário tiveram desentendimentos públicos sobre a condução da pandemia do coronavírus na cidade, especialmente antes do processo de reabertura econômica, quando os índices de novos casos de covid-19 estavam em alta na cidade. Covas havia tentado ampliar o rodízio de veículos e bloquear a circulação nos principais corredores viários da cidade, em um esforço para ampliar as taxas de isolamento social de até então. Baldy, que controla o Metrô, avaliou que a medida iria trazer superlotação aos trens, e passou a criticar as propostas, dizendo que haviam sido adotadas sem que ele tivesse sido consultado.

A resposta de Covas foi que, se Baldy não sabia das medidas da Prefeitura, era porque era um secretário "sem prestígio" no governo, uma vez que a equipe de Doria havia sido comunicada dos planos, e que se tivesse dificuldades em gerenciar o Metrô, poderia repassá-lo à Prefeitura. Depois disso, ambos não tiveram mais interações públicas.

Doria se manteve neutro durante a troca de farpas e os assessores diretos do governador procuraram negar que houvesse atrito entre as duas gestões, que são aliadas.

O prefeito também havia defendido investigações há duas semanas, quando o alvo de uma denúncia à Justiça foi o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que fazia parte do comitê para a reeleição de Covas. Alckmin se afastou da coordenação do plano de governo.

Estadão
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