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Próximo presidente enfrentará Congresso fragmentado e descrença na política, diz Alckmin

Candidato tucano nas eleições de 2018 diz em evento em Brasília que sua prioridade será zerar o déficit fiscal da União

6 ago 2018 - 13h11
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BRASÍLIA - O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 6, que o próximo presidente terá entre seus desafios lidar com um Congresso muito fragmentado e um descrédito geral com a classe política. Na gestão da economia, o tucano disse que sua prioridade será zerar o déficit fiscal da União. O candidato participou em Brasília de um painel com presidenciáveis da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

"Nenhum partido terá mais do que 10% das cadeiras", disse Alckmin. Outro desafio, segundo ele, será lidar com o "grande descrédito" que atinge não só o Executivo, mas as instituições em geral. "Isso vai demandar um esforço grande de pacificação, um esforço conciliatório importante", disse. Toda vez que esse esforço foi empreendido, acrescentou, a democracia consolidou-se, a economia cresceu e houve maiores avanços sociais.

Alckmin reuniu para sua chapa o apoio dos partidos do chamado Centrão - composto por PP, PR, Podemos, PRB e DEM - que juntos somam 153 deputados dos 513 do Congresso e apoiam o governo Michel Temer.

Ajuste fiscal será meta de Alckmin

No painel, o tucano também alertou para o desequilíbrio nas contas públicas. "Quem assumir, estará no sexto ano de déficit primário", disse. A previsão é um déficit de R$ 139 bilhões e uma dívida bruta de R$ 5 trilhões. O governo, afirmou, vende "sofá, geladeira, empresas, ações para tapar buraco", uma situação "insustentável".

"O ajuste precisa ser muito rápido", afirmou. "A meta é zerar o déficit em menos de dois anos". Ele citou o que ocorreu no início do primeiro governo de Mário Covas, que ao assumir não conseguia pagar nem salário. "Fizemos o ajuste sem aumentar um só imposto, só pelo lado da despesa", afirmou. O Estado de São Paulo, acrescentou, registrou no ano passado um superávit primário de R$ 5,3 bilhões. "Política fiscal boa não tem déficit e abre espaço para investimentos", disse. "Daí a importância das reformas."

Alckmin disse ainda que fará da construção civil um polo de crescimento da economia, ao lado do agronegócio. A afirmação foi feita num evento promovido pelo setor de construção civil, que entrevista hoje cinco candidatos. "Mas a primeira tarefa é macro", afirmou o tucano. "Termos muito rigor no tripé formado pelas políticas monetária, fiscal e cambial."

Marina defende reformas

A candidata da Rede, Marina Silva, disse há pouco em evento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) que o ajuste fiscal necessário para a retomada dos investimentos será feito sem comprometer áreas fundamentais, como saúde e educação. Mas, afirmou, o ajuste será necessário para que o País retome os investimentos e entre num ciclo sustentável de crescimento, saindo do chamado "voo de galinha".

Estadão
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