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Protestos pedem ação na Amazônia aos líderes do G7

Milhares de manifestantes marcham perto de Biarritz, cidade francesa que sedia cúpula das sete potências mundiais

24 ago 2019 - 17h05
(atualizado às 18h36)
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Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (24/08) perto da cidade francesa de Biarritz, onde ocorre a cúpula do G7, a fim de chamar a atenção dos líderes presentes para uma série de questões sociais, políticas e ambientais, incluindo as queimadas que devastam a Amazônia.

A marcha ocorreu em Hendaye, cidade francesa na fronteira com a Espanha e a cerca de 30 quilômetros de Biarritz, que foi interditada devido à cúpula. Reuniu ativistas ambientais, antiglobalização, separatistas bascos e os chamados "coletes amarelos", que protestam há meses na França contra reformas do presidente Emmanuel Macron.

Ato na fronteira entre França e Espanha reuniu ativistas ambientais, separatistas bascos e "coletes amarelos"
Ato na fronteira entre França e Espanha reuniu ativistas ambientais, separatistas bascos e "coletes amarelos"
Foto: DW / Deutsche Welle

A polícia estima que 9 mil pessoas estiveram reunidas em Hendaye neste sábado, enquanto organizadores falam em 15 mil manifestantes presentes no ato pacífico, em protesto contra políticas econômicas e climáticas adotadas pelas principais potências industriais do mundo.

"Chefes de Estado: ajam agora, a Amazônia está queimando!", dizia um cartaz, referindo-se aos incêndios que devoram atualmente a Floresta Amazônica e têm sido alvo de comoção internacional. A questão é um dos temas centrais a serem discutidos pelos líderes do G7 durante a cúpula.

"Se o clima fosse uma catedral, nós já o teríamos salvado", afirmava outra faixa, em referência à Notre-Dame, em Paris, atingida por um incêndio em abril. Doadores prometeram 850 milhões de euros para reconstruí-la.

Agitando milhares de bandeiras, os manifestantes marcharam através do rio Bidasoa em direção à cidade espanhola de Irun, gritando frases de efeito enquanto alguns tocavam bateria.

"Estamos muito felizes, porque foi um grande desafio", afirmou Sebastian Bailleul, porta-voz do grupo Alternatives G7, um dos organizadores do protesto, acrescentando que o ato "uniu lutas francesas, bascas e internacionais" em um só lugar.

Grupos de ativistas anticapitalistas, ambientalistas e antiglobalização estão reunidos desde segunda-feira para uma "anticúpula do G7" no sudoeste da França, em oposição à cimeira oficial. Cerca de 50 ONGs participam da reunião a fim de pensar em alternativas.

"O cinismo do encontro do G7 é que a desigualdade se tornou tema central do evento, mas são justamente as políticas desses países ricos que criam e fortalecem a desigualdade", afirmara o ativista Bailleul durante a semana.

Conflitos entre manifestantes e policiais

Enquanto o protesto principal terminou pacificamente, conflitos entre civis e forças de segurança eclodiram mais tarde, não muito longe dali. Agências de notícias relatam que manifestantes jogaram pedras em policiais que bloqueavam uma ponta na cidade vizinha de Bayonne. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água.

As autoridades francesas proibiram o acesso a grande parte de Biarritz, exceto para residentes e trabalhadores locais, durante a cúpula de três dias, que vai até 26 de agosto.

Cerca de 13 mil oficiais das forças de segurança foram enviados ao balneário francês, enquanto o ministro do Interior do país, Christophe Castaner, alertou que nenhum distúrbio será tolerado.

Participam da cúpula, além de Macron, os líderes da Alemanha, Angela Merkel; do Canadá, Justin Trudeau; dos Estados Unidos, Donald Trump; da Itália, Giuseppe Conte; do Japão, Shinzo Abe; e do Reino Unido, Boris Johnson.

Além da crise das queimadas na Amazônia, devem ser discutidos temas como a saída do Reino Unido da União Europeia, a Rússia e a guerra tarifária global.

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