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Proposta da reforma da Previdência 'dificilmente será aprovada', diz líder do PT na Câmara

Deputado Paulo Pimenta argumentou que o próprio Jair Bolsonaro, quando era deputado, 'construiu uma trajetória com um discurso contrário' ao que foi apresentado

15 fev 2019 - 17h31
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BRASÍLIA - O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), avaliou nesta sexta-feira, 15, que o presidente Jair Bolsonaro terá dificuldades para convencer a sua base de apoio no Congresso e a população em geral sobre a aprovação da reforma da Previdência. Para ele, o próprio presidente, quando era deputado, foi contrário a aspectos centrais da sua atual proposta, como a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e de 62 anos, de mulheres. O petista diz ainda que o texto "dificilmente será aprovado".

"Quando ele estava aqui na Câmara, ele se manifestou, por muitas vezes, contrário a essa questão. Dizia que essa idade era uma desumanidade. Ele construiu uma trajetória com um discurso contrário ao que está sendo apresentado agora", afirmou ao Estadão/Broadcast.

Para o petista, a diferença entre o discurso de Bolsonaro quando deputado e o que propõe agora a sua equipe econômica irá gerar ruídos até mesmo em sua base de apoio no Congresso. "Assim, ele não convence ninguém. Como poderá argumentar?", questionou.

O deputado avalia que Bolsonaro também está cometendo "estelionato eleitoral" porque, durante a sua campanha, não apresentou à população os termos do que gostaria de propor logo no início do seu governo. "Ele deveria ter apresentado estas intenções na campanha, para legitimá-la agora", disse.

Pimenta afirmou ainda que as recentes crises envolvendo o governo - a mais recente delas estremeceu a relação de Bolsonaro com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno -, podem impactar na tramitação da proposta no Congresso.

Ele também elencou como problemas para o convencimento sobre a votação da reforma o fato de o próprio partido do presidente, o PSL, estar desagregado, e o líder do governo na Casa, o deputado Major Vitor Hugo, ser praticamente desconhecido. "Ninguém vai fazer acordo com quem não sabe quem é. Em política, até mesmo acordos entre inimigos são importantes", disse. O parlamentar tem apresentado dificuldades em consolidar uma base de apoio ao governo na Câmara.

Estadão
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