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Primeira chuva em meses contém incêndio na Califórnia, mas cria risco de deslizamentos

22 nov 2018 - 09h01
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A primeira chuva significativa em meses no norte da Califórnia praticamente extinguiu o incêndio florestal mais mortal da história do Estado norte-americano, na quarta-feira, mas também aumentou os riscos de enchentes relâmpago que podem atrapalhar as equipes que procuram vítimas.

Equipes trabalham sob chuva para reparar danos provocados por incêndio em Paradise, na Califórnia 21/11/2018  REUTERS/Elijah Nouvelage
Equipes trabalham sob chuva para reparar danos provocados por incêndio em Paradise, na Califórnia 21/11/2018 REUTERS/Elijah Nouvelage
Foto: Reuters

Espera-se entre 102 e 152 milímetros de chuva no final de semana em áreas ao redor da cidade de Paradise, comunidade de quase 27 mil pessoas localizada 280 quilômetros ao nordeste de San Francisco que foi consumida em grande parte pelo chamado Incêndio Camp.

O fogo matou ao menos 83 pessoas e não há notícias de 563, disse o xerife do condado de Butte, Kory Honea, em um boletim à imprensa.

"A chuva é uma preocupação para nós, e existe a possibilidade de correntezas de lama", disse Honea. Os agentes de busca serão retirados de áreas ameaçadas por deslizamentos de lama, acrescentou.

A tempestade aumentou o sofrimento das pessoas abrigadas no estacionamento de uma loja Walmart na vizinha Chico.

Mitchell Manley estava molhado e com frio, mas agradecido por ter convencido sua mãe idosa a sair de casa. Ele disse que a maioria dos mortos são aposentados que acreditaram que poderiam escapar das chamas dentro de casa.

"Tive sorte de conseguir retirá-la, ela ia esperar em casa", disse Manley, que acampou no Walmart enquanto espera para voltar para sua cidade, Concow.

Armazéns foram abertos em Chico para proteger do frio e da chuva as pessoas que saíram de seus lares, e o chef celebridade José Andrés se preparou para lhes oferecer centenas de refeições no Dia de Ação de Graças.

Cerca de 830 pessoas se inscreveram para passar o feriado vasculhando as cinzas e escombros debaixo da chuva forte que foi prevista em busca de restos mortais, disse Honea.

As chuvas, que em algumas áreas provavelmente serão acompanhadas de ventos de até 72 quilômetros por hora, elevaram o perigo de as ravinas se transformarem em rios de lama.

O incêndio calcinou 62 mil hectares dos sopés das colinas de Sierra e está 85 por cento contido.

"Não há vegetação para segurar a terra, e existe o risco de ela começar a se mover e a lama arrastar tudo em seu caminho", disse Johnnie Powell, meteorologista do Centro Nacional do Clima em Sacramento.

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