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Presidente de Israel encarrega rival de Netanyahu de formar novo governo

23 out 2019 - 20h11
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Após fracasso do premiê, Benny Gantz terá 28 dias para tentar formar uma coalizão de governo e superar impasse político. Presidente tenta evitar que país tenha que realizar terceira eleição em menos de um ano. O presidente israelense, Reuven Rivlin, encarregou oficialmente nesta quarta-feira (23/10) o ex-general Benny Gantz de formar um governo e tentar tirar o país do maior impasse político de sua história.

Rivlin disse que os partidos políticos deveriam fazer "concessões", enquanto Gantz prometeu "tentar formar um governo de união liberal".

Após as eleições de 17 de setembro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tentou formar uma coalizão, mas acabou admitindo que havia fracassadona tarefa na última segunda-feira, abrindo caminho para seu principal rival receber tal oportunidade. Um dia depois, Rivlin disse que na quarta-feira que confiaria a Gantz essa tarefa.

Gantz também terá 28 dias para tentar cumprir a tarefa. Se ele falhar, Rivlin pedirá ao Parlamento que nomeie um candidato para formar um governo. Se essa opção também não funcionar, Israel pode vir convocar novas eleições, as terceiras em menos de um ano.

"Devemos agir com responsabilidade em relação aos cidadãos israelenses e evitar novas eleições", disse Gantz, que disse que em sua coalizão há espaço para "todos os elementos da sociedade israelense".

Os negociadores do partido Azul e Branco de Gantz e do Likud, a legenda de Netanyahu, se reunirão na quinta-feira.

Recentemente, o Likud acusou o Azul e Branco de uma postura de bloqueio frente a um governo de unidade com uma divisão partilhada entre seus parceiros. Gantz, por outro lado, enfatizou que seu partido não faria parte de um governo "cujo presidente enfrenta uma acusação séria".

Netanyanu está enfrentando acusações de suborno, fraude e abuso de confiança em três casos de corrupção. Após quatro dias de audiências sobre as alegações, o procurador-geral quer agora decidir sobre uma acusação até o final do ano.

Logo após a eleição, Netanyahu formou um bloco com os partidos religiosos e de direita. Ele insiste em incluí-los numa aliança governamental. No entanto, Gantz visa a uma grande coalizão secular.

No pleito de 17 de setembro, o Likud de Netanyahu conseguiu 32 cadeiras, segundo a última contagem. Já o Azul e Branco de Gantz obteve 33 assentos. Um governo israelense que deseje ter estabilidade normalmente precisa contar com pelo menos 61 cadeiras no Parlamento.

Normalmente, para atingir esse número, os líderes partidários formam coalizões com legendas menores. Mas, por enquanto, nem o Azul e Branco nem o Likud conseguiram arregimentar um número suficiente de deputados de outras legendas para atingir as 61 cadeiras.

O Likud de Netanyahu conseguiu reunir um bloco de partidos religiosos e de direita, mas essa coalizão só somou 56 cadeiras no Parlamento. A única opção viável, por enquanto, seria um pacto entre os dois grandes partidos rivais. Rivlin chegou a sugerir a alternância no poder entre as duas legendas, mas em nenhum momento elas estiveram perto de um acordo.

JPS/afp/rt/lusa

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