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Parlamento volta a rejeitar eleições antecipadas no Reino Unido

10 set 2019 - 06h10
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Boris Johnson fracassa na segunda tentativa de obter os dois terços dos votos necessários para aprovar medida. Oposição deixa plenário em protesto pela suspensão de cinco semanas do Parlamento imposta pelo premiê.Os deputados britânicos vetaram nesta terça-feira (10/09), pela segunda vez, uma proposta do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para convocar eleições antecipadas no país.

Johnson precisava do apoio de dois terços dos 650 deputados que integram a Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento), mas só obteve 293 votos dos 434 necessários.

A maioria dos integrantes da oposição, sobretudo do Partido Trabalhista, se absteve, confirmando uma decisão feita em acordo com o Partido Liberal Democrata, o Partido Nacional Escocês (SNP) e os galeses do Plaid Cymru.

Essa foi a segunda tentativa fracassada para marcar eleições antecipadas para 15 de outubro, depois de uma primeira na última quarta-feira, na qual o governo conseguiu 298 votos a favor. Também foi a sexta derrota de Johnson no Parlamento em seis dias.

Ao apresentar mais uma vez a moção para convocar o pleito, Johnson lamentou que o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, seja "o primeiro oposicionista da história do Reino Unido" a negar a oportunidade de chamar a população às urnas.

Johnson reiterou que não tem intenção de pedir à União Europeia (UE) um novo prazo para o Brexit, previsto para ocorrer no dia 31 de outubro. No entanto, o Parlamento do Reino Unido aprovou uma lei, que recebeu o consentimento da rainha nesta segunda-feira, que obriga o governo a pedir novo adiamento caso um acordo para a saída não seja aprovado até 19 de outubro.

"Se os deputados querem outra prorrogação, a maneira adequada de fazê-lo é pedir permissão aos eleitores", disse Johnson.

Corbyn respondeu que os trabalhistas só aprovarão a convocação de novas eleições depois que a hipótese de um Brexit sem acordo tenha sido totalmente retirada das negociações. Segundo ele, a saída da UE sem qualquer tipo de pacto, como sugere o primeiro-ministro, elevaria o desemprego e geraria pobreza no Reino Unido.

Após a votação, realizada em uma sessão que terminou já de madrugada no Reino Unido, o Parlamento permanece fechado até 14 de outubro - duas semanas antes da data prevista para a saída do Reino Unido da UE -, cumprindo uma ordem do próprio premiê.

A oposição deixou o Parlamento em protesto por causa da suspensão de cinco semanas imposta por Johnson. Deputados oposicionistas levantaram cartazes com a palavra "silenciados", outros gritavam "Tenha vergonha!", enquanto legisladores governistas deixavam o plenário.

O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, também fez críticas ao recesso, afirmando se tratar da maior pausa há décadas, algo que não é uma medida "normal".

Bercow anunciou nesta segunda-feira que renunciará à presidência da Câmara em 31 de outubro, se não houver eleições até essa data. Seu sucessor provavelmente seria escolhido pelo atual Parlamento, no qual não há uma maioria a favor de um Brexit sem acordo.

O Partido Conservador, de Johnson, venceria uma possível nova eleição no Reino Unido, de acordo com uma média das últimas pesquisas realizadas no país feita pelo jornal The Times. O premiê e seus aliados obteriam 34% dos votos, contra 25% dos trabalhistas.

O levantamento também aponta que o Partido do Brexit, liderado por Nigel Farage, se tornaria a quarta força da Câmara dos Comuns, com 12% dos votos, atrás dos liberal-democratas, que teriam 18%.

MD/efe/lusa/afp

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