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Papa aceita renúncia de mais dois bispos chilenos

21 set 2018 - 23h06
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Suspeitos de abuso sexual, religiosos se somam a outros cinco bispos do país afastados desde que toda a cúpula eclesiástica chilena ofereceu deixar seus cargos. Chile apura dezenas de casos de assédio na Igreja Católica.O papa Francisco aceitou nesta sexta-feira (21/09) a demissão de mais dois bispos chilenos, em meio a uma série de escândalos de abuso sexual envolvendo a Igreja Católica no Chile. A decisão vem quatro meses após todos os 34 bispos do país terem apresentado sua renúncia ao pontífice.

Papa Francisco convocou todos os bispos chilenos para uma reunião no Vaticano em maio
Papa Francisco convocou todos os bispos chilenos para uma reunião no Vaticano em maio
Foto: DW / Deutsche Welle

Analisando os casos um a um, Francisco aceitou agora o afastamento de Carlos Eduardo Pellegrín Barrera, bispo de San Bartolomé de Chillán, localizado ao sul de Santiago, e de Cristián Enrique Contreras Molina, da diocese de San Felipe, ao norte da capital.

Os dois foram substituídos por administradores apostólicos interinos, segundo informou o Vaticano em comunicado publicado em sua página na internet.

Ambos estão sendo investigados pela Justiça chilena por suspeitas de praticar ou acobertar crimes de abuso sexual. Pellegrín foi, inclusive, o primeiro bispo a ser alvo de investigação no país por delitos desse tipo, segundo o jornal El País.

Com as mais recentes remoções, já são sete as renúncias acolhidas pelo papa desde 18 de maio, quando toda a cúpula eclesiástica chilena ofereceu seus cargos. Em junho, Francisco confirmou a demissão dos bispos de Osorno, Puerto Montt, Valparaíso, Rancagua e Talca.

A renúncia coletiva, sem precedentes na história da Igreja Católica, ocorreu após uma reunião de três dias com o pontífice no Vaticano. Os bispos chilenos foram convocados a ir a Roma depois de graves erros e omissões na gestão de casos de abusos sexuais.

Francisco se deu conta de que teria sido mal informado em relação ao então bispo de Osorno, Juan Barros, acusado de ocultar assédios cometidos por seu mentor, o padre Fernando Karadima.

O papa chegou a defender Barros publicamente em várias ocasiões, inclusive durante sua viagem ao Chile em janeiro, e rejeitara duas vezes sua renúncia por estar convencido de sua inocência, apesar das denúncias das vítimas que o acusavam de encobrir os casos de abuso.

Após retornar do Chile, Francisco requisitou um relatório ao arcebispo maltês Charles Scicluna sobre os abusos cometidos no país. O pontífice admitiu ter cometido erros graves de avaliação sobre o caso de Juan Barros e disse sentir "dor e vergonha".

Em maio, o papa recebeu Juan Carlos Cruz, James Hamilton e José Andrés Murillo, três vítimas de Karadima que têm pressionado por justiça. Francisco reabriu as portas de sua residência, a Casa Santa Marta, neste mês para outro grupo que foi vítima do padre durante a infância.

EK/dpa/efe/rtr

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