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Novos protestos contra o governo terminam em violência no Chile

5 nov 2019 - 08h41
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Dezenas de milhares vão às ruas em "supersegunda" contra a política social e para pedir a renúncia do presidente chileno. Confrontos, vandalismo e saques são registrados na capital e em outras cidades do país.Dezenas de milhares de pessoas voltaram a protestar nesta segunda-feira (04/11) no Chile contra a política social do governo. Na capital, Santiago, foram registrados confrontos após uma manifestação pacífica.

Manifestantes enfrentaram forças policiais com pedras e coquetéis molotov
Manifestantes enfrentaram forças policiais com pedras e coquetéis molotov
Foto: DW / Deutsche Welle

Ativistas mascarados jogaram pedras e coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu disparando bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os manifestantes também colocaram fogo em barricadas nas ruas da capital.

O protesto foi convocado pelo grupo Unidade Social, que inclui 70 organizações sindicais e sociais, sob o tema "Superlunes" (supersegunda). Até a madrugada, carros promoviam buzinaço e manifestantes batiam em panelas.

Segundo a mídia chilena, também foram registrados casos de vandalismo e saques de lojas em cidades como Viña del Mar, Valparaíso e Concepción.

Desde 17 de outubro, o Chile é palco da maior onda de insatisfação social desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990. As manifestações já deixaram um saldo de 20 mortos, segundo números oficiais, seis deles estrangeiros.

Conforme dados divulgados nesta segunda pelo Instituto Nacional dos Direitos Humanos (INDH) do Chile, ao menos 1.659 pessoas ficaram feridas e 4.364 foram presas no âmbito dos protestos.

Entre as principais reivindicações dos manifestantes estão reformas no sistema previdenciário, na Constituição, assim como melhorias no sistema de saúde e de educação. Muitos também pedem a renúncia do presidente chileno, Sebastián Piñera.

A guatemalteca Rigoberta Menchú, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1992, disse, durante visita ao Chile, estar preocupada com a violência das forças de segurança. Ela reclamou que "mais de 400 pessoas foram detidas ilegalmente".

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, enviou uma equipe de especialistas ao Chile para investigar acusações de violência policial.

Os protestos começaram como uma reação ao aumento do preço das tarifas de metrô em Santiago, mas continuaram como manifestações contra o governo mesmo após o cancelamento da medida. O descontentamento da população com o aumento constante do custo de vida já era latente há tempos.

Piñera anunciou reformas sociais, mas muitos consideram as medidas insuficientes. Mesmo uma reforma ministerial não conseguiu dar fim aos protestos.

Os distúrbios levaram o governo chileno a desistir de organizar e sediar o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) e também a Conferência do Clima da ONU (COP-25) - transferida para Madri .

MD/kna/epd/efe

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