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'Nem Lula seria vil o bastante para se esconder atrás de um doente preso a uma cadeira de rodas'

Olavo de Carvalho criticou generais em publicação em redes sociais; escritor está em atrito público com militares do governo de Jair Bolsonaro

7 mai 2019 - 11h05
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Em atrito público com os militares do governo de Jair Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho publicou em suas redes sociais na madrugada desta terça, 7, um comentário em que critica generais por, em sua avaliação, se esconderem "por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas".

A publicação veio após o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que utiliza uma cadeira de rodas, publicar uma nota na segunda, 6, dizendo que Olavo, ao atacar militares, acentua "divergências nacionais". Olavo cita o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato e adversário político do atual governo.

"Nem o Lula seria vil e porco o bastante para, fugindo a argumentos sem resposta, se esconder por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas. Mas os nossos heróicos generais são", escreveu.

Nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota em que exalta o escritor pelo combate à esquerda e diz que sua obra "em muito contribuiu" na eleição de 2018. "Quanto aos desentendimentos ora públicos contra militares, aos quais devo minha formação e admiração, espero que seja uma página virada por ambas as partes", completou o presidente.

Em entrevista ao Estado publicada nesta terça, Villas Bôas diz que Olavo presta um "enorme desserviço" para o País e que os ataques do escritor, que costuma colocar outros nomes, entre eles o vice-presidente Hamilton Mourão, como alvo, "passaram do ponto".

Bolsonaro tem boa relação com Villas Bôas. Após deixar o comando do Exército, virou consultor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, órgão comandado pelo general Augusto Heleno. Em janeiro, o presidente recém-empossado disse que Villas Bôas era "um dos responsáveis" por sua eleição - fala similar à desta terça, sobre Olavo. Villas Bôas disse que Bolsonaro resgatou Brasil de "amarra ideológica".

As rusgas entre Olavo e os militares, desta vez, começaram com declarações do general Santos Cruz, da Secretaria de Governo. Ao Estado, o ministro falou sobre a necessidade de se aprimorar a legislação que trata das redes sociais. No sábado, 4, Olavo comparou o ministro a Ciro Gomes (PDT), candidato derrotado à Presidência e opositor de Bolsonaro, e disse que Santos Cruz "fofoca e difama pelas costas". O ministro retrucou e, em entrevista, chamou Olavo de "um desocupado esquizofrênico".

Estadão
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