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'Não adianta ir lá e fazer revólver com o dedo', diz líder do PSL no Senado

Em entrevista à 'Rádio Eldorado', senador Major Olímpio defende Mourão, faz críticas à articulação política do governo e elogia oposição

22 abr 2019 - 20h11
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Líder do PSL no Senado, o senador Major Olímpio criticou nesta segunda-feira, 22, a articulação do governo para aprovar a reforma da Previdência no Congresso, elogiou a atuação da oposição e reclamou que os partidos não têm recebido subsídios para defender a agenda econômica. A entrevista à Rádio Eldorado vai ao ar nesta terça-feira, 23.

"A falha maior está no fato dos responsáveis pela articulação política dizerem que estão articulando, mas estou cercado de senadores e deputados que dizem que não existe interlocução. Pelo contrário: a relação em alguns momentos não é tão amistosa. Eles (bancada do PSL na Câmara) deveriam ter as notas técnicas, os objetivos do governo em cada votação. Deferiam estar sendo preparados pela área técnica e econômica. É preciso que o executivo diga quais são as necessidades deles" afirmou o parlamentar.

Na mesma linha de Olímpio, o líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), criticou a condução da articulação política do governo que, em tese, deveria ser costurada pelo titular da Casa Civil, ministro Onyx Lorenzoni.

"O PSL tem feito sua parte, mas não tem culpa se o Onyx não criou a base. Venho falando há tempos que o governo não tem base no Congresso", disse o deputado.

O líder foi além e reclamou da influência que o escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru da família Bolsonaro, tem sobre o governo. "O mais absurdo é um 'guru' que vive nos EUA atacar o governo e os militares. O presidente (Bolsonaro) não pode ficar à mercê dessas pessoas e pegar a opinião do 'louco do dia'", disse.

Waldir e Olímpio também estão afinados nesse ponto. "Ele (Carvalho) diz o que quiser, mas não é um ente de governo. Se algumas pessoas do governo acompanham o pensamento dele, eu respeito isso. Mas o general Mourão foi eleito com 57 milhões de votos junto com o Jair Bolsonaro. Então é indiscutível o papel dele. Não quero saber se ele pinta cabelo", disse o senador paulista.

Em outro trecho da entrevista à Rádio Eldorado, Major Olímpio também criticou o comportamento de alguns colegas.

"Não adianta ir lá e fazer revólver com o dedo como o Bolsonaro. Já era. Não é mais campanha. Agora é realidade. Não adianta ficar nesse debate inútil de esquerda e direita, se Dilma tem que ser caçada ou o Lula morrer na cadeia. O momento é outro. Agora são 308 (votos) que precisam ser conquistados", afirmou.

Oposição. O senador do PSL fez elogios à oposição no Congresso Nacional e cobrou uma comunicação mais efetiva da reforma da Previdência.

"Vemos sindicatos, associações e partidos que fazem oposição à reforma sendo extremamente profissionais, e práticos. Mandam um recado direto para dona Maria e seu José. Isso faz convencimento. Nós temos que ser capazes de ter um processo adequado de comunicação. A defesa da reforma tem que ser feita com capacidade. Não deve ser a defesa de quem grita, faz mais baixaria ou consegue mais like", disse.

Estadão
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