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Na largada, partidos frustram tentativa de Simone Tebet fechar apoios

Podemos anunciou apoio à candidata do MDB, mas liberou voto dos senadores

13 jan 2021 - 20h46
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BRASÍLIA - A definição de alianças em torno da disputa pela presidência do Senado avançou após o lançamento da candidatura de Simone Tebet (MS) pelo MDB. Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), formalizou o apoio do Progressistas, com 7 senadores. Partidos que negociavam com Tebet, por sua vez, frustraram a expectativa da candidata de alcançar Pacheco no início da campanha.

Em campanha explícita há algumas semanas, Pacheco reuniu até aqui 38 senadores, já somada a bancada do Progressistas. A adesão consolida a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o candidato de Alcolumbre. O presidente do Progressistas e líder do partido no Senado, Ciro Nogueira (PI), justificou o apoio classificando Pacheco como um nome reformista, cuja atuação será decisiva para a recuperação da economia do País em meio à crise provocada pela covid-19.

"Acreditamos que o senador Rodrigo Pacheco se identifica com os anseios progressistas de unificar o Senado Federal em torno de projetos que vão garantir a retomada do crescimento econômico do país pós-pandemia e as reformas de que o Brasil precisa", diz a nota divulgada pelo PP, a oitava bancada fechada com Pacheco (DEM, PSD, PT, PL, PROS Republicanos, PSC e PP).

No Progressistas, porém, há dissidências. Próximo à bancada da Lava Jato, Esperidião Amin (PP-SC) declarou apoio a Tebet, contrariando o partido. "Vou votar na Simone Tebet porque acho que o meu amigo Rodrigo Pacheco, sendo candidato do Davi Alcolumbre, não vai poder criticar, nem modificar legados com os quais eu não concordo. Acho que a Simone pode representar o contraponto, com dignidade, sensatez."

Além do MDB, que tem a maior bancada da Casa, com 15 senadores, Simone Tebet tentou fechar uma aliança com PSDB, Cidadania, Podemos e PSL. Juntos com o MDB, esses partidos somariam 36 senadores, número habilitado de fato a fazer frente ao bloco reunido por Pacheco. A tentativa, porém, não teve sucesso completo. O Podemos anunciou apoio a Tebet, mas liberou traições.

Dois votos do Podemos devem ir para Pacheco: Marcos do Val (ES) e Romário (RJ). Além disso, o partido poderá lançar candidato avulso em forma de protesto se atestar que Pacheco será o vencedor. "O Podemos manifesta seu apoio a Senadora Simone Tebet para a Presidência do Senado Federal após discussão e reflexão sobre os seus compromissos e ideias. Como sempre, a bancada respeitará eventuais opiniões divergentes dos seus senadores", diz nota assinada pelo líder da bancada, Alvaro Dias (PR).

O PSDB, que tem 7 senadores, se dividiu sobre quem apoiar na disputa e liberou a bancada para cada um votar como quiser, após conversas com a senadora e uma reunião interna da legenda. No PSDB, Tebet atraiu apoio de três senadores: Tasso Jereissati (CE), José Serra (SP) e Mara Gabrilli (SP). Os outros quatro - Roberto Rocha (MA), Plínio Valério (AM), Rodrigo Cunha (AL) e Izalci Lucas (DF) - vão para o candidato do DEM.

De acordo com o líder em exercício do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), questões regionais barram uma aliança com o MDB. Os quatro favoráveis a Rodrigo Pacheco têm divisões com emedebistas em seus Estados ou maior proximidade com o Palácio do Planalto. Além disso, o líder não vê viabilidade de uma vitória de Simone Tebet. "Dificilmente, ela terá um número suficiente. Se o próprio MDB tem senadores que não votam, imagina nos outros partidos", afirmou Izalci, em referência a supostas traições dentro do próprio MDB.

No Cidadania, os três senadores manifestaram voto em Simone Tebet. A bancada, porém, adiou o anúncio oficial. Alcolumbre pediu mais tempo para a líder do partido, Eliziane Gama (MA), mas os senadores devem oficializar uma composição com o MDB. "É uma candidatura que sinaliza independência. Esse é o ponto mais relevante", afirmou Alessandro Vieira (Cidadania-SE). A candidatura de Tebet foi apresentada para contrapor Alcolumbre, que se aproximou do presidente Jair Bolsonaro para tentar fazer o próprio sucessor.

Estadão
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