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Volta anunciada de Guaidó à Venezuela será desafio ao governo Maduro

27 fev 2019 - 10h09
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Primeiro ele se autoproclamou presidente interino, depois ensaiou retomar a Citgo, no final de semana ignorou uma proibição de viagem e, agora, Juan Guaidó disse que está voltando à Venezuela, em mais um desafio ao presidente Nicolás Maduro.

Presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, em Bogotá
25/02/2019 REUTERS/Luisa Gonzalez
Presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, em Bogotá 25/02/2019 REUTERS/Luisa Gonzalez
Foto: Reuters

Guaidó, reconhecido pela maioria das nações ocidentais como o líder legítimo do país, foi para a vizinha Colômbia na semana passada para liderar um esforço, no final das contas frustrado, para levar ajuda humanitária ao seu país, que vive uma crise econômica que tem levado desabastecimento à população.

Depois de se encontrar com líderes regionais, entre eles o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, em Bogotá, Guaidó deve retornar através da fronteira nos próximos dias e retomar suas atividades políticas, confrontando abertamente uma ordem da Suprema Corte venezuelana.

"Voltarei a Caracas nesta semana", disse Guaidó em uma entrevista à emissora NTN24 na terça-feira. "Meu papel e minha tarefa é estar em Caracas, apesar dos riscos."

Na semana passada ele partiu da capital venezuelana e atravessou o país em uma caravana, entrando na Colômbia por estradas secundárias ao longo da divisa de 2.200 quilômetros, segundo a mídia colombiana. Guaidó disse ter recebido ajuda de membros das Forças Armadas da Venezuela.

Representantes de Guaidó não quiseram informar um cronograma para seu regresso, nem disseram se ele voltará pelo mesmo caminho. Voltar por uma rota oficial seria um desafio ainda mais impetuoso à autoridade de Maduro.

Maduro enfrentou um repúdio regional nesta semana por repelir com violência as tentativas oposicionistas de enviar ajuda humanitária. Ele nega haver uma crise, apesar de ser responsável por um colapso econômico hiperinflacionário que provocou a escassez generalizada de alimentos e remédios.

A volta de Guaidó forçará Maduro a decidir se arrisca causar uma revolta internacional ainda maior tentando prender o presidente da Assembleia Nacional de 35 anos ou se lhe permite esnobar abertamente as instituições estatais ligadas ao Partido Socialista governista.

"Tentar administrar a situação Guaidó se tornou um verdadeiro problema para o governo, por ele (Guaidó) ter crescido tanto politicamente", opinou Luis Salamanca, cientista político e professor de lei constitucional da Universidade Central da Venezuela.

Guaidó invocou cláusulas da Constituição para se declarar presidente interino em janeiro, afirmando que Maduro é um usurpador após sua reeleição de 2018, amplamente boicotada pela oposição, que apontou fraudes no processo.

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