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Mundo

Igualdade de gênero no trabalho deve ser atingida só em 2095

Previsão é do Fórum Econômico Mundial, se as mudanças continuarem no ritmo atual

25 jul 2015 - 07h20
(atualizado às 13h01)
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Previsão do Fórum Econômico Mundial indica que igualdade de gênero no mercado de trabalho será alcançada somente em 2095 no ritmo atual
Previsão do Fórum Econômico Mundial indica que igualdade de gênero no mercado de trabalho será alcançada somente em 2095 no ritmo atual
Foto: BBC

Se você tem 20 anos de idade em 2015, suas chances de ver a igualdade de gênero no mercado de trabalho em todo o mundo já são pequenas. Segundo a previsão do Fórum Econômico Mundial, será preciso esperar até 2095 para que isso aconteça, caso o ritmo das transformações continue o mesmo.

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Estatísticas mostram que a desigualdade de gênero – da qual a diferença salarial faz parte – tem diminuído na última década. No entanto, esta diminuição tem sido lenta e irregular.

O assunto voltou à tona após declarações recentes do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que prometeu diminuir a desigualdade de salários entre homens e mulheres em uma geração.

"Quando minhas filhas, Nancy e Florence, começarem a trabalhar, quero que elas pensem na desigualdade de salários entre gêneros da mesma forma como olhamos para quando mulheres não votavam e não trabalhavam – como algo ultrapassado e errado", disse, em um editorial no jornal The Times.

Foto: BBC

No Reino Unido – que está na 26ª posição no ranking geral sobre desigualdade de gênero e na 48ª posição no ranking que mede a igualdade de salários entre homens e mulheres para o mesmo emprego – a mudança em uma geração poderia ser possível.

No entanto, o cenário é diferente em outros países e regiões.

Considerando a estimativa do Fórum Econômico Mundial, as filhas de David Cameron terão, respectivamente, 91 e 84 anos de idade quando homens e mulheres estiverem no mesmo nível no mercado de trabalho em todo o mundo.

Oportunidades econômicas

O Brasil está na posição 124, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários por gênero. Entre os 22 países das Américas neste ranking, aparece em 21º lugar, à frente apenas do Chile e atrás de países como Honduras, Panamá e Bolívia.

Foto: Getty Images

Segundo o relatório Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformas as economias para realizar os direitos, publicado pela ONU em 2015, a diferença entre a remuneração de homens e mulheres diminuiu de 38% em 1995 para 29% em 2007.

Mesmo assim, de acordo com a pesquisa Estatísticas de Gênero 2014, do IBGE, a renda média das brasileiras corresponde a cerca de 68% da renda média dos homens.

Para o ranking do Fórum Econômico Mundial, a desigualdade de gênero em um país é calculada a partir de uma série de variáveis: fatores econômicos, saúde, educação e participação política das mulheres em comparação com os homens em determinada sociedade.

Os especialistas medem não só a participação econômica das mulheres – ou seja, quantas elas são na força de trabalho de um país –, mas também a oportunidade econômica, que se relaciona com a qualidade dos empregos que as mulheres têm mais possibilidades de conseguir.

De acordo com o Relatório Global de Desigualdade de Gênero 2014, a oportunidade econômica para as mulheres é especialmente relevante para países em desenvolvimento – onde as mulheres podem conseguir empregos com relativa facilidade, mas não conseguem ser promovidas a melhores posições com melhores salários.

Boa parte do progresso na igualdade de gênero "veio do aumento no número de mulheres que entram na força de trabalho", diz Saadia Zahidi, diretora sênior de Paridade de Gênero no Fórum Econômico Mundial.

O gráfico abaixo apresenta uma panorama por região, fazendo duas perguntas básicas:

Foto: BBC

Melhores e piores

No ranking geral, os países nórdicos aparecem no topo da lista como os menos desiguais.

A Nicarágua, no entanto surpreende em sexto lugar, principalmente por causa de seu alto índice de empoderamento político das mulheres e de acesso à saúde. Mesmo assim, o país não é bem classificado quando se trata de igualdade de salários – cai para a 93ª posição.

De acordo com Zahidi, Ruanda aparece em sétimo entre os países mais igualitários porque "há quase tantas mulheres quanto homens no mercado de trabalho", o que o torna o país com a menor desigualdade de gênero no continente africano.

As Filipinas são o país asiático com a melhor qualificação, em nono lugar, e sua posição se baseia principalmente nas notas altas do quesito igualdade de salários em atividades semelhantes entre homens e mulheres.

Foto: BBC

Em geral, as mulheres em países onde há conflitos e deslocamento de pessoas sofrem mais. As últimas posições do ranking geral sobre a desigualdade são dominadas por países do norte da África e do Oriente Médio.

Mas que governos estão fazendo mais para melhorar a inclusão econômica e a igualdade de salários entre os sexos?

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