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Vítima de abuso sexual no Chile pede para papa expulsar bispos "tóxicos"

24 abr 2018 - 19h54
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Um chileno que foi abusado sexualmente por um padre quando criança irá pedir para o papa Francisco expulsar bispos "tóxicos" que acobertaram os abusos, disse ele nesta terça-feira antes de um encontro frente a frente com o líder da Igreja Católica.

Juan Carlos Cruz, que se tornou um símbolo da crise de abusos da Igreja, irá passar diversos dias no Vaticano como um convidado do papa na residência em que ele mora. Cruz afirmou à Reuters que forte ação papal no Chile mandaria uma mensagem há tempos esperada para toda a Igreja.

    "Eu diria para 'responsabilizar estes bispos, expulsar alguns deles, se não muitos deles, mas expulsá-los e não lhes dar um trabalho confortável aqui no Vaticano", disse Cruz.

    "Como em uma empresa, (eu diria) 'você precisa preparar seu currículo'. Isto é o que eu diria para estes bispos".

    Cruz e outras duas vítimas, Jimmy Hamilton e José Andrés Murillo, irão passar diversas horas com o papa em uma visita que segue uma carta extraordinária de 11 de abril na qual Francisco reconheceu ter cometido "graves erros" ao lidar com a crise de abusos sexuais no Chile.

    Na carta, Francisco disse que houve uma "falta de informações equilibradas e de confiança" sobre a situação no Chile. Ele convidou ao Vaticano as vítimas cujas palavras no passado havia rejeitado como "boatos" para buscar perdão e convocou todos os bispos do Chile para uma cúpula com ele no mês que vem.

"Eu espero que o papa perceba que está cercado por algumas pessoas tóxicas que precisam ir embora", disse Cruz, acrescentando que alguns bispos chilenos são "culpados de desinformar o papa".

    Cruz, que agora mora nos Estados Unidos, foi vítima do reverendo Fernando Karadima, que foi considerado culpado em investigação de 2011 do Vaticano pelo abuso de meninos em Santiago nas décadas de 1970 e 1980.

Cruz e outras vítimas acusaram o bispo Juan Barros, da diocese de Osorno, de ter testemunhado o abuso de Karadima, que foi mentor de Barros em Santiago.

    Karadima, de 87 anos e ainda morando no Chile, sempre negou as acusações e Barros disse não estar ciente de qualquer ato irregular.

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