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Viagem do papa à Coreia do Norte é possível sob condições certas, diz Vaticano

19 out 2018 - 09h03
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O papa Francisco estudará seriamente a possibilidade de fazer uma visita inédita à Coreia do Norte, mas certas condições precisam ser atendidas, disse uma autoridade de alto escalão do Vaticano.

Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano
17/10/2018 REUTERS/Tony Gentile
Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano 17/10/2018 REUTERS/Tony Gentile
Foto: Reuters

Tal viagem seria um acontecimento histórico em uma nação conhecida por suas restrições severas à prática religiosa, e seria a primeira de um papa ao país asiático recluso, que não permite que padres se instalem de maneira permanente em seu território.

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, transmitiu um convite verbal do líder norte-coreano, Kim Jong Un, ao pontífice durante um encontro de 35 minutos no Vaticano na quinta-feira.

"O papa expressou sua disposição. Temos que esperar que (o convite) seja formalizado", disse o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e segunda maior autoridade da Santa Sé, aos repórteres na noite de quinta-feira.

Indagado se existem condições que Pyongyang precisa atender, Parolin, que falava nos bastidores da apresentação de um livro, respondeu: "Isso virá mais tarde, assim que começarmos a pensar seriamente na possibilidade de fazer tal viagem teremos que pensar nas condições em que a viagem pode acontecer".

"(O papa) está disposto a fazer a viagem, mas uma viagem deste tipo precisará de grandes preparativos", acrescentou Parolin, que se encontrou separadamente com Moon depois da reunião deste com Francisco.

A Constituição da Coreia do Norte garante a liberdade religiosa contanto que ela não mine o Estado. Mas além de alguns poucos locais de culto sob controle estatal - incluindo uma igreja católica na capital Pyongyang - não se permite nenhuma atividade religiosa explícita, e as autoridades prenderam missionários estrangeiros diversas vezes.

Há pouca informação sobre quantos de seus cidadãos são católicos e de como praticam sua fé.

Kim falou a Moon, ele mesmo católico, de seu desejo de conhecer o pontífice durante uma reunião no mês passado, e antes de sua viagem o líder sul-coreano anunciou que transmitiria a mensagem.

O papa, que deve visitar o Japão no ano que vem, disse a Moon que "certamente responderá" a um convite de Kim se este vier, segundo o gabinete de Moon.

Uma reunião com o papa Francisco seria o mais recente de uma série de encontros diplomáticos de vulto de Kim neste ano.

As duas Coreias realizaram três cúpulas neste ano. Kim também teve uma cúpula inédita com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Cingapura em junho, e prometeu trabalhar em prol da desnuclearização da península coreana.

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