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Venezuela repatria 89 cidadãos do Peru em meio a onda imigratória

28 ago 2018 - 16h16
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O governo da Venezuela anunciou nesta terça-feira que 89 de seus cidadãos que estavam no Peru foram repatriados depois de encontrarem "humilhações e tratamento cruel" no momento em que aumenta um êxodo que, segundo cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), significa que 2,3 milhões de venezuelanos vivem no exterior.

Maduro durante reunião com ministros em Maracay
 27/8/2018    Divulgação
Maduro durante reunião com ministros em Maracay 27/8/2018 Divulgação
Foto: Reuters

O país petroleiro de cerca de 30 milhões de habitantes atravessa uma crise econômica com hiperinflação e recessão, o que vem provocando uma diáspora que se assemelha à crise dos refugiados no Mediterrâneo, segundo a agência de migrações da ONU.

Em meio a este fluxo, um grupo procedente de Lima chegou em um avião da empresa aérea estatal Conviasa na noite de segunda-feira ao aeroporto internacional, como mostraram imagens exibidas pela televisão estatal.

    Os venezuelanos haviam entrado em contato com a embaixada da Venezuela em Lima "para solicitar apoio e conseguir sua repatriação", disse o Ministério de Relações Exteriores em um comunicado lido na TV estatal.

Eles atravessaram as fronteiras atendendo a "cantos de sereia", acrescentou a chancelaria, sem dar detalhes do grupo, que incluía crianças, segundo a transmissão de TV.

A chancelaria disse que os repatriados relataram ter sido submetidos a "humilhações, a tratamento cruel e desumano" e xenofobia.

    Alguns dos venezuelanos falaram brevemente sobre sua experiência com os canais oficiais à saída do avião e na imigração, mas não houve acesso a outros meios.   

    A experiência foi "dura. Não é o que se esperava. As condições são fortes, mas a pessoa aguenta. Mas a pátria é a pátria, a família é a família", disse Andy Arias à TV oficial em sua chegada ao aeroporto.

    "A Venezuela recebe hoje este grupo de filhos e filhas para que retomem sua vida com alegria (...) voltam aos seus lares para gozar como sempre de uma vida plena de liberdades, proteção social e de solidariedade", disse a chancelaria venezuelana.

    O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não disse se realizará outras repatriações, e o Ministério das Comunicações não respondeu de imediato um email pedindo comentário sobre o assunto.

Um funcionário da chancelaria peruana disse que, por ora, esta não fará comentários sobre os venezuelanos que regressaram ao seu país e que está buscando uma resposta regional à crise imigratória.

    Dias antes da volta do grupo de imigrantes, o presidente de uma ONG de imigrantes venezuelanos no Peru, Oscar Pérez, disse que Maduro está comprando passagens aéreas para que "governistas" voltem a Caracas e critiquem a vida fora da Venezuela.

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