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Vaticano tem grande prejuízo na venda de prédio em Londres no centro de julgamento

1 jul 2022 - 13h46
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O Vaticano informou nesta sexta-feira que concluiu a venda do luxuoso edifício londrino que está no centro de um julgamento de corrupção em andamento, com um prejuízo estimado em cerca de 140 milhões de euros.

O prédio foi vendido por 186 milhões de libras (223,6 milhões de dólares) para a Bain Capital, uma empresa de investimentos privados com sede em Boston, informou o Vaticano em comunicado.

A nota não forneceu um valor definitivo para o prejuízo, mas uma pessoa familiarizada com as várias transações ao longo dos anos disse que a perda chegou a pouco mais de 140 milhões de euros.

O prejuízo foi coberto pelos fundos de reserva do Vaticano, disse o comunicado, enfatizando que as doações dos fiéis em um fundo de caridade do papa, chamado Peter's Pence, não foram usadas.

A venda do prédio na Sloane Avenue, em Chelsea, marca um ponto de virada em um capítulo sombrio nas estratégias de investimento do Vaticano.

Um julgamento de 10 pessoas, incluindo um cardeal, chega ao seu primeiro aniversário no final deste mês e deve se arrastar por pelo menos mais um ano. Todos os réus negaram irregularidades.

O empreendimento imobiliário central no julgamento começou em 2014, quando a Secretaria de Estado do Vaticano investiu 350 milhões de euros (390 milhões de dólares) com o corretor italiano Raffaele Mincione.

Em 2018, o Vaticano sentiu que estava sendo roubado por Mincione, de acordo com o documento de acusação, e recorreu a outro corretor italiano, Gianluigi Torzi, para sair do primeiro negócio.

Mas os promotores do Vaticano acusam Torzi de enganar o Vaticano e tentar assumir o controle do prédio, atribuindo a si mesmo as ações com direito a voto. O Vaticano então deu a Torzi 15 milhões de euros para sair do acordo com ele.

Como resultado do acordo fracassado e embaraçoso, o papa Francisco retirou da Secretaria de Estado o controle sobre seus próprios fundos de investimento.

Ele também instituiu um comitê para supervisionar a ética de seus investimentos.

O comitê, que foi efetivado com a nova Constituição do Vaticano no início deste mês, é chefiado por um cardeal irlandês-americano, mas inclui quatro especialistas financeiros laicos de Reino Unido, Alemanha, Noruega e Estados Unidos.

No início deste mês, em um aparente esforço para aumentar a confiança dos fiéis em como suas contribuições de caridade ao papa são usadas, o Vaticano fez a primeira divulgação detalhada do fundo Peter's Pence.

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