Vaticano e China assinam acordo sobre nomeação de bispos
O Vaticano assinou neste sábado um importante acordo, buscado há anos, que lhe garante mais voz na nomeação de bispos na China, apesar de críticos terem rotulado o acordo como uma sujeição ao governo comunista.
O acordo provisório, assinado em Pequim por vice-chanceleres de ambos os lados, foi anunciado durante a visita do papa Francisco à Lituânia, em uma viagem de quatro dias aos países bálticos.
O acordo dá à Santa Sé um papel decisivo na nomeação de todos os bispos em um país cujos 12 milhões de católicos foram divididos entre uma Igreja clandestina, que jura lealdade ao Vaticano, e a Associação Patriótica Católica, supervisionada pelo Estado.
O Vaticano disse que o acordo, um avanço depois de anos de negociações, "não é político, mas pastoral".
A declaração da Santa Sé não mencionou Taiwan, que o Vaticano reconhece diplomaticamente e que a China vê como uma província renegada.
No entanto, diplomatas disseram que o acordo é um possível precursor da retomada das relações diplomáticas com Pequim após 70 anos. Pequim não permite que os países mantenham relações diplomáticas com a China e Taiwan.
Taiwan agora mantém relações formais com apenas 17 países, e o Vaticano é o único na Europa.
O Vaticano disse que o papa espera que "um novo processo possa começar para permitir que as feridas do passado sejam superadas, levando à plena comunhão de todos os católicos chineses".
Mas as perspectivas de tal acordo dividiram comunidades de católicos em toda a China, alguns dos quais temem uma maior supressão se o Vaticano ceder mais controle a Pequim. Outros querem ver a reaproximação e evitar potenciais divisões.