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Mundo

UE volta a negar financiamento de muros contra migrantes

Discussão sobre novo pacto foi tensa e marcada por desavenças

22 out 2021 - 13h02
(atualizado às 13h20)
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A reunião do Conselho Europeu nesta sexta-feira (22) em Bruxelas, na Bélgica, foi marcada por grande tensão por conta dos debates sobre o Pacto de Migração do bloco.

Von der Leyen disse que bloco não vai financiar 'arames farpados ou muros'
Von der Leyen disse que bloco não vai financiar 'arames farpados ou muros'
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Além dos problemas atuais, um grupo de 12 países voltou a pedir que a Comissão Europeia financie a construção de muros nas fronteiras para impedir a entrada de pessoas estrangeiras.

"Fui muito clara: não haverá nenhum financiamento de arames farpados ou muros", disse a presidente do Executivo, Ursula von der Leyen, ao fim do encontro com os 27 líderes do bloco.

O grupo é formado por Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e República Tcheca e quer que o bloco pague pela construção das estruturas. Atualmente, cada país é livre para erguer obras do tipo, mas apenas com recursos próprios.

Além da tensão sobre esse assuntos, os chefes de Governo e Estado ainda debateram outro ponto complicado sobre o tema, que é a postura do governo ditatorial de Belarus na fronteira com a Polônia.

Além do muro construído pelos poloneses, a UE já anunciou punições contra Minsk por infiltrar pessoas consideradas extremistas entre aqueles que buscam refúgio na União Europeia.

Uma operação recente descobriu material de extremismo islâmico entre um grupo de migrantes e eles informaram que tiveram apoio de Minsk.

Outro ponto polêmico foi o financiamento de países terceiros para impedir a saída de migrantes econômicos para o bloco. O maior temor do grupo atinge, principalmente, os vizinhos do Afeganistão, que enfrenta uma grave crise humanitária e a retomada do poder do grupo fundamentalista Talibã.

Itália

Após o encontro, o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou que saiu "satisfeito" do encontro e sobre como as questões foram concluídas. O território italiano é uma das principais entradas de milhares de deslocados que tentam chegar à Europa e o governo tem muito interesse em reformar as questões ligadas ao acolhimento dessas pessoas.

Sobre a construção dos muros, Draghi afirmou que concorda com Von der Leyen sobre o veto ao financiamento europeu para as obras.

"O problema que nós vivemos por muitos anos sozinhos, agora é um problema de todos e aqui é importante não haver divisões porque isso já é um problema comum. Não tem nenhum sentido privilegiar só um país ou uma rota", disse Draghi citando a pressão que está sendo exercida na fronteira entre Belarus, os países bálticos e a Polônia onde "a imigração está sendo usada de maneira instrumental pelo governo de Belarus".

Segundo o premiê italiano, o problema não é só polonês porque a "pressão que vem da Turquia está destinada a aumentar" com a crise no Afeganistão bem como "aquela que vem do norte da África, que nós conhecemos tão bem".

Para o chefe de governo italiano, é preciso "remanejar a dimensão externa da União, dando ao Mediterrâneo meridional a mesma importância que se dá ao oriental".

Sem dar muitos detalhes, Draghi disse que o "mais importante quadro legal sobre o que fizemos progresso foi o pacto sobre a migração e o asilo".

"Por uma estranha heterogênese de propósitos, o que deveria ser um parágrafo sobre o financiamento de muros não contém essa possibilidade, mas acabou abrindo uma janela para a discussão sobre o pacto de migração e asilo, que estava parado há um ano", pontuou. .

Ansa - Brasil   
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