UE encomendará mais vacinas da Pfizer depois de rejeitar oferta inicial
A União Europeia utilizará a opção de comprar até 100 milhões de doses adicionais da vacina contra Covid-19 da Pfizer e da BioNTech, depois de recusar uma oportunidade de um acordo muito maior em julho, segundo autoridades do bloco e um documento interno.
O plano chega depois de algumas candidatas a vacina encomendadas pela UE enfrentarem atrasos inesperados em testes clínicos, o que obrigou o bloco e outras nações ricas a dependerem de vacinas de menos fabricantes do que o planejado inicialmente, ao menos por ora.
A vacina Pfizer/BioNTech, a primeira a ser aprovada por agências reguladoras de países ocidentais, está sendo distribuída em ligares como Reino Unido e Estados Unidos e deve receber aprovação de uso na UE na semana que vem.
Na terça-feira, a Comissão Europeia decidiu recorrer à opção de adquirir até 100 milhões de doses adicionais por meio de um contrato já existente com a Pfizer e a BioNTech, disse um porta-voz do Executivo do bloco à Reuters nesta quinta-feira. A UE já encomendou 200 milhões de doses com o mesmo contrato.
"Queremos ter a certeza de conseguir mais doses, porque existe uma demanda grande", detalhou o porta-voz.
Uma autoridade da UE disse que há conversas em andamento sobre quantas das 100 milhões de doses extras podem ser recebidas.
A Pfizer não respondeu a um pedido de comentário, e a BioNTech tampouco quis comentar.
Conforme o contrato da UE, as duas empresas se comprometeram a fornecer 200 milhões de doses rapidamente, após a obtenção da aprovação regulatória, por 15,5 euros cada, disseram autoridades do bloco à Reuters em novembro.
As 100 milhões de doses extras seriam fornecidas pelo mesmo preço, mas com um cronograma a ser negociado, segundo as autoridades.
Pfizer e BioNTech disseram que conseguem produzir até 1,3 bilhão de doses até o final de 2021, mas estão tentando ampliar a capacidade produtiva devido ao aumento da demanda global.
Os debates sobre uma encomenda de mais vacinas da Pfizer antes mesmo de as primeiras remessas chegarem sublinham a pressão sofrida pela UE para obter mais suprimentos para enfrentar uma pandemia que já matou 470 mil europeus e está se acelerando no inverno.
Trata-se de um contraste com a postura mais relaxada dos negociadores da UE no verão, quando a pandemia recuava e o bloco selava acordos de suprimento com várias fabricantes de vacina.