PUBLICIDADE

Mundo

Ucrânia reconquista área de fronteira com a Rússia

16 mai 2022 - 15h53
Compartilhar
Exibir comentários

Soldados recuperaram trecho de fronteira ocupado no inicio da guerra após Moscou retirar tropas do entorno da cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. Combates seguem acirrados no leste e no sul do país.Forças ucranianas recuperaram no domingo (15/05) um trecho da fronteira do nordeste do país com a Rússia que estava sob controle das tropas de Moscou desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.

Soldados ucranianos avançam em área a norte de Kharkiv
Soldados ucranianos avançam em área a norte de Kharkiv
Foto: DW / Deutsche Welle

A reconquista se deu após a saída dos militares russos do entorno da cidade de Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia, confirmada no sábado.

Kharkiv fica a apenas 80 quilômetros a sudoeste da cidade russa de Belgorod e, antes da guerra, tinha 1,4 milhão de habitantes, que majoritariamente falam russo. Conquistar a cidade era um dos principais objetivos de Moscou no início da invasão.

Um batalhão de soldados ucranianos chegou à fronteira com a Rússia no final de domingo e gravou um vídeo dirigido ao presidente do país, Volodimir Zelenski. Eles afirmaram que tinham alcançado "a linha fronteiriça com a Federação Russa, o país invasor. Senhor presidente, nós a alcançamos".

O governador de Kharkiv, Oleh Sinegubov, confirmou a chegada de militares à fronteira nesta segunda-feira. "Agradecemos a todos que, arriscando suas vidas, libertam a Ucrânia dos invasores russos", disse.

Kharkiv sofreu fortes bombardeios desde o início da guerra, mas os militares russos não foram capazes de conquistá-la e recuaram, assim como haviam feito com Kiev. Jornalistas da agência de notícias Reuters confirmaram os avanços da Ucrânia na região e visitaram vilarejos recapturados ao norte e a leste de Kharkiv.

O avanço ucraniano na região pode contribuir para a tentativa de Kiev de atacar linhas de abastecimento hoje controladas pelos russos e utilizadas na logística para os combates na região de Donbass, no leste do país e atual prioridade de Moscou.

Combates seguem no leste e no sul

O governo ucraniano afirmou ter resistido nos últimos dias a investidas de tropas russas na região de Donbass, mas não foi possível confirmar a informação de forma independente.

Obter uma visão completa de como os combates no leste estão evoluindo tem sido difícil, pois os ataques aéreos e as linhas de artilharia tornaram extremamente perigoso o deslocamento de jornalistas.

Em um discurso em vídeo na noite de domingo, Zelenski afirmou que "estamos nos preparando para novas tentativas da Rússia de atacar em Donbass, para de alguma forma intensificar seu movimento no sul da Ucrânia".

O conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovich, também afirmou que o país está enviando mais soldados para região de Donbass.

O governador de Lugansk, na região de Donbass, Serhiy Gaidai, disse que a situação "continua difícil" e que as forças russas estão tentando capturar a cidade de Sieverodonetsk. A Rússia bombardeou nos últimos dias 23 vilarejos e cidades nos últimos dias, segundo Kiev.

As tropas de Moscou também seguem combatendo no sul da Ucrânia, e houve combates recentes em torno da cidade de Kherson, atualmente controlada pelos russos, além de ataques aéreos contra áreas residenciais de Mykolayiv, segundo o governo ucraniano.

O Exército ucraniano afirmou nesta segunda-feira que um míssil atingiu a cidade portuária de Odessa, destruindo um hotel e deixando três pessoas feridas. O alvo teria sido uma ponte sobre o rio Dniester, que já havia sido atingida num ataque anterior.

A cidade de Odessa, antigamente um popular destino turístico para os russos, tem sido em grande medida poupada de ataques intensos, mas alguns bombardeios ali provocaram destruição e mortes. Moscou não confirmou o ataque a Odessa, mas disse nesta segunda-feira que havia conduzido 100 ataques aéreos contra alvos de infraestrutura militar da Ucrânia na última noite.

bl (AFP, Reuters)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade