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Ucrânia diz que 'reavalia' caso ligado a filho de Biden

Trump teria pressionado Kiev a investigar seu oponente

4 out 2019 - 10h02
(atualizado às 10h42)
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O procurador-geral da Ucrânia, Ruslan Riaboshapka, anunciou nesta sexta-feira (4) que está "reexaminando" inquéritos relativos à Burisma, empresa de gás que tinha como conselheiro Hunter Biden, filho do pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos Joe Biden.

Joe Biden lidera as pesquisas para as primárias democratas
Joe Biden lidera as pesquisas para as primárias democratas
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A companhia era alvo de uma investigação chefiada pelo ex-procurador-geral Viktor Shokin (2015-2016), acusado de corrupção e demitido após pressões dos EUA e da União Europeia.

O presidente americano, Donald Trump, alega que Biden pressionou a Ucrânia para não prejudicar Hunter, que foi conselheiro da Burisma entre 2014 e 2019, mas até o momento não há provas do envolvimento do filho do pré-candidato com ilegalidades.

"Estamos verificando os casos nos quais a Procuradoria-Geral trabalhou no passado", disse Riaboshapka, que foi indicado para comandar o Ministério Público ucraniano em maio, porém assumiu o cargo apenas no fim de agosto.

"Vamos revisar todas as investigações que foram arquivadas ou desmembradas para verificar se houve procedimentos ilegais", acrescentou o procurador.

Impeachment

Em um telefonema em 25 de julho, Trump pediu para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, investigar Biden e Hunter por causa da demissão do ex-procurador Shokin.

O ex-vice de Barack Obama é o favorito para obter a indicação do Partido Democrata e desafiar o presidente dos EUA na corrida pela Casa Branca em 2020.

Segundo o jornal The New York Times, o embaixador americano na União Europeia, Gordon Sondland, e o ex-enviado especial dos EUA à Ucrânia, Kurt Volker, chegaram a redigir uma declaração na qual Zelensky se comprometia a investigar a família Biden e supostas interferências da Ucrânia para ajudar Hillary Clinton nas eleições de 2016. O texto, no entanto, nunca foi divulgado.

O telefonema entre Trump e Zelensky motivou a abertura de um inquérito de impeachment contra o presidente dos EUA na Câmara dos Representantes. O magnata é suspeito de ter abusado do poder do cargo para fazer um país estrangeiro agir contra um adversário político interno.

Trump também sugeriu publicamente que a China investigue a suspeita de que Hunter fez negócios no país durante uma viagem oficial de Biden em 2013.

"Um presidente dos Estados Unidos que encoraja um país estrangeiro a interferir novamente para ajudar sua campanha comete uma violação fundamental de seu juramento", disse o presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, o democrata Adam Schiff.

Ansa - Brasil   
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