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Turquia se diz pronta para ataque na Síria após retirada de tropas dos EUA

8 out 2019 - 10h34
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A Turquia disse nesta terça-feira que finalizou os preparativos para uma operação militar no nordeste da Síria agora que os Estados Unidos começaram a retirar tropas da região, abrindo caminho para um ataque turco contra forças lideradas por curdos aliadas há tempos dos EUA.

Armas turcas posicionadas na fronteira com a síria perto de Akçakale, na província de Sanliurfa
07/10/2019
REUTERS/Stringer
Armas turcas posicionadas na fronteira com a síria perto de Akçakale, na província de Sanliurfa 07/10/2019 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

Mas o presidente Donald Trump alertou que "aniquilará" a economia da Turquia, que é aliada dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), se este agir na Síria de uma maneira que considerar "além dos limites", após a decisão norte-americana de retirar tropas das forças especiais da região da fronteira.

A medida norte-americana deixará as forças parceiras lideradas por curdos vulneráveis a uma incursão das Forças Armadas Turcas (TSK), que as rotulam como terroristas devido aos seus laços com militantes curdos responsáveis por uma insurgência já antiga na Turquia.

"As TSK jamais tolerarão o estabelecimento de um corredor de terror em nossas fronteiras. Todos os preparativos para a operação foram finalizados", disse o Ministério da Defesa turco no Twitter na manhã desta terça-feira.

"É essencial estabelecer uma zona segura/corredor de paz para contribuir para a paz e a estabilidade de nossa região e para os sírios conquistarem uma vida segura".

Uma testemunha da Reuters disse que nesta terça-feira não havia sinal de atividade militar perto da cidade turca fronteiriça de Akçakale, que fica diante da síria Tel Abyad. Lançadores de morteiro foram posicionados do lado turco da fronteira apontando para a Síria.

Forças dos EUA foram retiradas de dois postos de observação em Tel Abyad e Ras al-Ain na segunda-feira, disse uma autoridade norte-americana.

O alerta de Trump contra a economia turca pareceu ter por meta aplacar os críticos que o acusaram de abandonar os curdos sírios ao retirar suas forças. A decisão provocou críticas de democratas e uma repreensão de alguns dos colegas republicanos do presidente no Congresso, inclusive o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell.

"Como eu afirmei enfaticamente antes, e só para reiterar, se a Turquia fizer qualquer coisa que eu, em minha grande e incomparável sabedoria, considerar além dos limites, destruirei e aniquilarei totalmente a economia da Turquia (já o fiz antes!)", tuitou Trump.

As forças lideradas pelos curdos, que têm sido as parceiras mais hábeis dos EUA no combate ao Estado Islâmico na Síria, repudiaram a grande mudança de diretriz dos EUA, que viram como uma "facada nas costas".

Os EUA esperam que a Turquia se responsabilize por combatentes do Estado Islâmico cativos no nordeste da Síria se a incursão planejada por Ancara tomar áreas em que os militantes detidos estão, disse uma autoridade do Departamento de Estado.

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