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Mundo

Turquia prende mais de 700 pessoas por ligação com golpe

Suspeitos fariam parte da rede do clérigo Fethullah Gulen

19 fev 2020 - 08h55
(atualizado às 09h02)
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A Justiça da Turquia mandou prender nesta terça-feira (18) 766 pessoas suspeitas de ligação com o clérigo exilado Fethullah Gulen, acusado pelo regime do presidente Recep Tayyip Erdogan de ter orquestrado o fracassado golpe de Estado de 15 de julho de 2016.

Manifestação em Ancara no terceiro aniversário do fracassado golpe de 2016, em 15 de julho de 2019
Manifestação em Ancara no terceiro aniversário do fracassado golpe de 2016, em 15 de julho de 2019
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Os mandados de detenção atingiram militares, policiais e até funcionários do Ministério da Justiça. Segundo a Procuradoria de Ancara, 467 indivíduos são acusados de fraude em exames feitos em 2009 para admissão de policiais. O objetivo seria infiltrar agentes ligados a Gulen.

Desde o golpe de 2016, Erdogan já promoveu o expurgo de mais de 140 mil servidores públicos e militares. Dezenas de milhares de pessoas também foram presas por suposta conexão com Gulen.

Líder do movimento "Hizmet" ("Serviço", em tradução livre), o clérigo vive nos Estados Unidos e acusa Erdogan de ter encenado o golpe para concentrar o poder em suas mãos e perseguir adversários.

Segundo a comissária de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, a falta de "independência da magistratura e sua tendência a favorecer interesses políticos" são um "risco real para o Estado de direito" na Turquia.

Ela diz que a situação "se deteriorou enormemente nos últimos anos", devido às "medidas tomadas pelas autoridades após a tentativa de golpe de Estado", que tiveram "consequências devastadoras sobre a independência e a imparcialidade da magistratura".

Ansa - Brasil   
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