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Turquia diz que deportou jornalista holandesa após informação da polícia da Holanda

17 jan 2019 - 10h57
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A Turquia informou nesta quinta-feira que deportou uma jornalista que trabalha para o maior jornal de economia da Holanda, o Het Financieele Dagblad, depois de receber informações da polícia holandesa de ela teria ligações "com uma determinada organização terrorista".

Bandeira da Turquia 06/08/2018  REUTERS/Brian Snyder
Bandeira da Turquia 06/08/2018 REUTERS/Brian Snyder
Foto: Reuters

O jornal defendeu a jornalista, Ans Boersma, e chamou a expulsão de uma "flagrante violação da liberdade de imprensa".

"Ans desempenhou seu trabalho com prudência e responsabilidade... É extraordinariamente triste que jornalistas na Turquia não possam fazer seu trabalho em paz", escreveu o editor-executivo do jornal, Jan Bonjer, na própria publicação.

A polícia nacional holandesa não comentou o caso. Autoridades do governo holandês encaminharam as demandas sobre o assunto para o gabinete da procuradoria nacional, onde ninguém comentou até o momento.

As autoridades turcas disseram inicialmente que a deportação de Boersma não estava ligada a seu trabalho como jornalista, afirmando em seguida se tratar de uma "suspeita de ligação com terrorismo".

O gabinete do presidente turco, Tayyip Erdogan, emitiu posteriormente um comunicado afirmando que autoridades turcas receberam informações de inteligência da polícia holandesa segundo as quais Ans Boersma "tinha ligações com uma determinada organização terrorista, e com um pedido por informações sobre os movimentos de entrada e saída dela da Turquia".

A jornalista compareceu a um escritório de imigração em Istambul para prolongar seu visto na quarta-feira, quando foi detida, segundo o jornal para o qual trabalha. "E de repente você está sentada num avião de volta para a Holanda", disse ela em um tuíte nesta quinta. "Eu fui declarada 'pessoa não desejável' na Turquia".

As investigações sobre ligações terroristas na Turquia geralmente fazem referência a militantes curdos ou à rede de um pregador islâmico baseado nos EUA que é acusado de planejar um golpe fracassado em 2016 contra Erdogan.

Ans Boersma, de 31 anos, começou a trabalhar como correspondente na Turquia em 2017, tendo sido antes professora de jornalismo.

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