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Mundo

Turquia boicotará eletrônicos dos EUA, diz Erdogan

Os dois países enfrentam uma crise diplomática

14 ago 2018 - 12h00
(atualizado às 13h25)
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O presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou nesta terça-feira (14) que o país boicotará os produtos eletrônicos norte-americanos, como retaliação ao aumento das tarifas sobre as importações de aço e alumínio turcos e à "constante aplicação de sanções" pela administração Trump.

O anúncio, feito na capital da Turquia, Ancara, é mais um episódio da crise diplomática entre os dois países.

Erdogan trouxe à tona a possibilidade de que a Turquia pare de comprar os produtos da Apple, como o iPhone, para comprar os da concorrente sul-coreana Samsung, ou mesmo os da companhia local Vestel.

"Se eles têm iPhone e em outro lugar se tem a Samsung, nós temos Vestel", afirmou.

Lira turca:

A moeda turca, a lira, perdeu mais de 40% de seu valor neste ano e atingiu uma baixa recorde em relação ao dólar nesta segunda-feira (13).

A moeda americana fechou o dia cotada a 7,24 liras turcas. Essa desvalorização tem provocado turbulência nos mercados globais, afetando principalmente os países emergentes, como o Brasil.

O aumento da tensão diplomática entre a Turquia e os Estados Unidos somado à pressão do mercado para que o banco central turco aumente a taxa de juros são fatores que têm colaborado para a crise monetária.

Erdogan acusa os Estados Unidos de um complô contra o país, alegando que Trump usa a economia como uma arma para prejudicar a Turquia. "Por um lado, vocês estão conosco na Otan e, por outro, tentam esfaquear seu aliado pelas costas", afirmou o presidente durante discurso.

O mandatário turco ainda fez um apelo aos turcos para que vendam seus dólares a fim de blindar a moeda nacional, além de ter afirmado que o governo oferecerá incentivos a empresas que queiram investir no país e que, portanto as companhias não devem se intimidar pela incerteza econômica.

Um dos fatores causadores da crise é a prisão do pastor americano Andrew Brunson, condenado e na Turquia há dois anos por "terrorismo e espionagem".

Os EUA pedem a libertação de Brunson, enquanto a Turquia pede a extradição do clérigo turco Fethullah Gulen, exilado no país há 20 anos, a quem o governo turco atribuiu a tentativa de golpe de Estado de 2016.

Ansa - Brasil   
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