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Trump questiona saldo de mortes de furacão em Porto Rico e culpa democratas

13 set 2018 - 14h13
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou nesta quinta-feira o saldo oficial de 3 mil mortes causadas por furacões no ano passado em Porto Rico e acusou democratas de inflarem o número, que na realidade foi divulgado em um estudo acadêmico independente.

Presidente Trump percorre área danificada pelo furacão Maria em Guaynabo, Porto Rico, no ano passado 3/10/ 2017. REUTERS/Jonathan Ernst
Presidente Trump percorre área danificada pelo furacão Maria em Guaynabo, Porto Rico, no ano passado 3/10/ 2017. REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Trump se irritou com as críticas à maneira como seu governo lidou com o desastre de Porto Rico, no momento em que outro furacão, o Florence, se dirige para o sudeste dos Estados Unidos nesta quinta-feira.

O presidente republicano disse que os democratas inflaram o saldo de mortes em Porto Rico "para me fazer parecer o pior possível", mas sem apresentar evidências.

Em um tuíte, Trump disse que "3 mil pessoas não morreram nos dois furacões que atingiram Porto Rico. Quando eu deixei a ilha, DEPOIS da tempestade ter atingido, eles tinham algo entre 6 e 18 mortes. À medida que o tempo passou não subiu muito. Então, muito tempo mais tarde, começaram a relatar números realmente grandes, como 3 mil".

Porto Rico estava se recuperando do furacão Irma quando o furacão Maria atingiu o país em setembro de 2017, destruindo estradas e pontes e deixando grande parte da ilha caribenha sem eletricidade por meses.

O saldo oficial de mortes de Porto Rico após a passagem do furacão Maria, a tempestade mais forte a atingir a ilha caribenha em quase um século, foi elevado no mês passado de 64, número considerado amplamente como baixo demais, para quase 3 mil, com base em um estudo encomendado pelo governador do território norte-americano, Ricardo Rossello.

O estudo descobriu que essas mortes poderiam ser atribuídas direta ou indiretamente ao Maria desde o momento em que o furacão atingiu o território em setembro de 2017 até meados de fevereiro deste ano.

O relatório comparou a mortalidade prevista em circunstâncias normais e os óbitos documentados após o Maria.

Os pesquisadores disseram que eles se ajustaram a fatores que poderiam explicar as flutuações na mortalidade, mais notavelmente o deslocamento de cerca de 241 mil pessoas que fugiram da ilha logo após a tempestade.

O principal republicano no Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, disse que não tem motivos para duvidar do número oficial de mortos. "As baixas não fazem uma pessoa parecer mal, então não tenho motivos para contestar esses números", disse ele.

Os tuítes revoltaram Carmen Yulín Cruz, prefeita de San Juan, capital de Porto Rico, que criticou duramente tanto o presidente como a reação de seu governo à tempestade do ano passado, que devastou o território.

"É esta a aparência da negação depois da negligência: senhor Pres, no mundo real pessoas morreram sob seus cuidados. SUA FALTA DE RESPEITO É ASSOMBROSA!", tuitou ela.

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