Trump não se compromete a fazer transição pacífica se perder
Porém, líder republicano se apressou e disse que tudo terá ordem
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recusou-se a se comprometer a fazer uma transição política pacífica no caso de perder as eleições para o democrata Joe Biden em novembro.
Ao ser questionado, na noite deste quarta-feira (23), se assumiria publicamente esse compromisso, o republicano respondeu com um vago "vamos ver o que vai acontecer" e voltou a criticar o voto por correios.
"Eu reclamo muito sobre as cédulas porque elas são um desastre. Joguem fora as cédulas e você terá uma transição muito pacífica. Até porque não haverá uma transição de verdade, mas uma continuação. As cédulas estão fora de controle", disse aos repórteres.
Trump vem questionando o uso do voto por correios - que ele mesmo já utilizou mais de uma vez - e chegou a pedir que seus eleitores cometessem uma fraude eleitoral e tentassem votar duas vezes.
No entanto, os democratas dizem que ele só reclama do sistema porque sabe que quantos mais votarem, maior é chance dele perder. Além disso, diversos estados estão incentivando os votos dessa forma para evitar aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Porém, na manhã desta quinta-feira (24), o líder dos senadores republicanos, Mitch McConnell, colocou panos quentes no assunto e disse que "haverá uma transição com ordem" após a eleição.
"O vencedor das eleições de novembro tomará posse no dia 20 de janeiro, como acontece a cada quatro anos desde 1792", acrescentou o republicano.
As pesquisas de opinião mostram o cenário eleitoral mais favorável a Biden, com alguns estados com vantagens de mais de 10%. No entanto, como nos EUA o que vale mais são os Colégios Eleitorais, os candidatos geralmente lutam mais pelos chamados "estados pêndulo" - que votam em republicanos ou democratas alternadamente.
Com a aproximação do "Electoral Day", os cenários mostram números bastante apertados nesses locais, com uma leve vantagem para Biden na Flórida e no Arizona (mas com crescimento de Trump).
Nesta quinta, uma nova pesquisa, feita pelo Siena College para o "The New York Times", mostra que três estados em que o republicano era favorito - e ganhou em 2016 - estão mudando.
No Texas, a vantagem de Trump caiu e está em apenas três pontos percentuais (46% a 43%); na Geórgia, há um empate técnico, com os dois com 45% das intenções de voto; e em Iowa Trump lidera com 45% contra 42% de Biden. .