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Trump diz que pode considerar sanções em caso de jornalista saudita desaparecido

19 out 2018 - 19h34
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pode considerar sanções contra a Arábia Saudita após o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, ao mesmo tempo em que enfatizou a importância das relações entre os dois países. 

Trump em Scottsdale
 19/10/2018   REUTERS/Jonathan Ernst
Trump em Scottsdale 19/10/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Em Istambul, promotores turcos que investigam o desaparecimento de Khashoggi interrogaram funcionários turcos do consulado saudita na sexta-feira, ampliando a busca por pistas em um caso que testa as alianças entre Riad e as potências do Ocidente. 

Falando a jornalistas em Scottsdale, no Estado do Arizona, Trump disse que ainda é muito cedo para dizer quais as possíveis consequências do episódio, mas afirmou que o Congresso do país estaria envolvido na determinação de uma resposta norte-americana. 

Perguntado se sanções estão na lista de medidas consideradas, Trump disse "Poderia ser, poderia ser".

"Nós vamos descobrir quem sabia do quê e de onde. E vamos descobrir", acrescentou Trump.

Khashoggi, que era crítico ao príncipe da coroa saudita Mohammed bin Salman, desapareceu após adentrar o consulado no dia 2 de outubro para obter documentos para seu casamento. Autoridades turcas acreditam que ele foi morto dentro do prédio. A Arábia Saudita nega as acusações.

O Congresso dos Estados Unidos é controlado pelos colegas republicanos de Trump, alguns dos quais já pediram ações duras contra a Arábia Saudita. 

"Eu vou envolver muito o Congresso para determinar o que vamos fazer. Eu vou ouvir bastante o que o Congresso tem a dizer. Eles tem opiniões fortes sobre isso também", disse Trump. 

Trump tem relutado em prejudicar grandes acordos de vendas de armamentos para Riad.

"A Arábia Saudita têm sido um grande aliado nosso. É por isso que isso tudo é tão triste... A Arábia Saudita tem sido um grande aliado, eles têm sido grandes investidores nos Estados Unidos", disse Trump. 

A polícia turca fez buscas na floresta nas imediações de Istambul e em uma cidade perto pelos restos mortais de Khashoggi, segundo disseram dois oficiais turcos à Reuters, depois de rastrear as rotas dos carros que deixaram o consulado e a residência do cônsul no dia em que o jornalista desapareceu. 

Investigadores coletaram amostras nos dois prédios para analisá-las em busca de traços do DNA de Khashoggi. 

A agência estatal de notícias Anadolu disse que a procuradoria turca havia colhido depoimentos de 20 empregados do consulado, e que mais 25 pessoas, incluindo estrangeiros, seriam questionadas. 

Entre os funcionários do consulado estão contadores, técnicos, e um motorista, disse a Anadolu. A investigação está sendo conduzida pela divisão de terrorismo e crime organizado da procuradoria. 

A Turquia disse na sexta-feira que não havia compartilhado com qualquer outro país as gravações em áudio que supostamente documentam o assassinato de Khashoggi no interior do consulado, negando informações de que havia passado os arquivos para os Estados Unidos. 

Trump escreveu no Twitter que o secretário de Estado, Mike Pompeo, "não recebeu ou viu qualquer transcrição ou vídeo" do consulado. Pompeo também disse não ter revisado qualquer gravação. 

O desaparecimento e morte presumida de Khashoggi, residente dos Estados Unidos e colunista do jornal Washington Post, causou uma comoção internacional e afetou as relações entre a Arábia Saudita e seus aliados ocidentais. 

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