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Trump defende monumentos a confederados pró-escravidão e atiça tensões

17 ago 2017 - 18h00
(atualizado às 18h21)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repudiou nesta quinta-feira a retirada de monumentos em homenagem a confederados pró-escravidão da Guerra Civil norte-americana, ecoando nacionalistas brancos e se recusando a abandonar uma polêmica que atiçou as tensões raciais no país e ameaça desencaminhar ainda mais sua agenda política.

Trump responde a perguntas sobre violência em Charlottesville  
  15/8/2017   REUTERS/Kevin Lamarque
Trump responde a perguntas sobre violência em Charlottesville 15/8/2017 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

No momento em que se aprofunda a crise desencadeada pela reação de Trump aos episódios de violência vistos no sábado em Charlottesville, Estado da Virgínia, provocados por uma manifestação de nacionalistas brancos contra a remoção de uma estátua de um confederado, a Casa Branca acabou com os boatos de que o conselheiro econômico do presidente, Gary Cohn, pode renunciar.

As ações norte-americanas foram afetadas pela especulação de que Cohn sairia devido aos comentários de Trump sobre os eventos de Charlottesville e recuaram no pregão desta quinta-feira. Uma autoridade da Casa Branca disse que Cohn "pretende permanecer no cargo" de diretor do Conselho Econômico Nacional.

    Em uma séries de postagens no Twitter, Trump atacou os senadores republicanos Lindsey Graham e Jeff Flake, despertando novas dúvidas sobre sua capacidade de trabalhar com os parlamentares de seu próprio partido para conseguir a aprovação de suas metas legislativas, como cortes de impostos e gastos em infraestrutura.

    Trump também negou ter falado de "equivalência moral" entre supremacistas brancos, neonazistas e a Ku Klux Klan de um lado e os ativistas antirracismo com os quais entraram em confronto em Charlottesville do outro.

    Ele expressou sua rejeição à retirada de estátuas e monumentos a confederados em várias cidades do país um dia depois de anunciar a dissolução de conselhos consultivos presidenciais na esteira da renúncia de diversos diretores-executivos que repudiaram seus comentários sobre Charlottesville.

    "Triste ver a história e a cultura de nosso grande país sendo despedaçada com a retirada de nossas lindas estátuas e monumentos. Não se pode mudar a história, mas se pode aprender com ela", tuitou Trump.

    "Robert E Lee, Stonewall Jackson - quem é o próximo, Washington, Jefferson? Que tolice!", acrescentou. Ele se referia a dois generais confederados da Guerra Civil encerrada em 1865 e a dois dos primeiros presidentes dos EUA, George Washington e Thomas Jefferson, que possuía escravos, mas cujo legado é reconhecido pela grande maioria.

    Opositores consideram as estátuas um símbolo vivo do racismo, enquanto seus defensores dizem que elas honram a história norte-americana. Alguns dos monumentos se tornaram pontos de concentração de manifestações de nacionalistas brancos.

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