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Trump considera reativar economia apesar de propagação do coronavírus

23 mar 2020 - 16h30
(atualizado às 18h21)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cogitando medidas para reativar a economia, apesar de o coronavírus altamente contagioso estar se disseminando rapidamente e os hospitais estarem se preparando para uma onde de mortes relacionadas ao vírus.

22/03/2020
REUTERS/Yuri Gripas
22/03/2020 REUTERS/Yuri Gripas
Foto: Reuters

Larry Kudlow, o principal conselheiro econômico de Trump, disse à rede Fox News nesta segunda-feira: "O presidente está certo. A cura não pode ser pior do que a doença. Teremos que fazer algumas escolhas difíceis".

A Casa Branca estudará "várias coisas", disse.

Uma semana atrás, Trump emitiu diretrizes que disse objetivarem a desaceleração da proliferação da doença ao longo de 15 dias, inclusive a restrição a viagens desnecessárias. A atividade econômica foi suspensa em alguns Estados.

Na noite de domingo, Trump tuitou: "Não podemos deixar a cura ser pior do que o próprio problema", acrescentando que, ao final do período de 15 dias, "tomaremos uma decisão sobre qual caminho queremos seguir."

Trump, que esperava capitalizar uma economia vibrante em sua campanha para a eleição de 3 de novembro, agora contempla a possível perda de milhões de empregos. Muitos de seus aliados republicanos temem que o fardo imposto à economia dificulte a conquista de mais um mandato de quatro anos.

Os casos de coronavírus aumentaram mais de 15 vezes desde as diretrizes da semana passada. Os hospitais da cidade de Nova York podem entrar em crise em dias, disse o prefeito, Bill de Blasio, no domingo. "Se não conseguirmos mais ventiladores nos próximos 10 dias, morrerão pessoas que não precisariam morrer", afirmou.

O senador republicano Lindsey Graham, um confidente de Trump, alertou para o cancelamento prematuro das medidas de contenção por causa das preocupações com a economia.

"Meu conselho seria seguir as recomendações médicas para conter o vírus", disse ele aos repórteres no Capitólio. "Se pudermos tirar um pouco de pressão da economia, ótimo, mas meu foco principal é fazer com que o vírus seja contido e derrotado. E teremos que sofrer as consequências econômicas."

O governo Trump vem insistindo em medidas de política monetária agressivas para conter o impacto econômico da epidemia depois de o presidente passar semanas minimizando os riscos de saúde e a proliferação rápida do vírus.

Também nesta segunda-feira, o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) anunciou uma variedade extraordinária de programas para escorar uma economia prejudicada por restrições abrangentes a pessoas e negócios que os cientistas dizem ser necessárias para limitar a disseminação do coronavírus.

Enquanto Trump pondera maneiras de reativar ao menos partes da economia, alguns conselheiros alertam que a propagação do vírus está piorando no momento.

"Esta semana vai ficar ruim", disse o dr. Jerome Adams, do escritório do governo responsável pelo serviço de saúde pública dos EUA, ao programa "Today" da NBC na segunda-feira. Os norte-americanos não estão levando as diretrizes para ficarem em casa a sério o suficiente, disse ele.

O secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, disse no domingo que o bloqueio que afeta grandes segmentos do público norte-americano deve durar de 10 a 12 semanas, ou até o início de junho.

ESCOLHAS

Nos últimos dias, alguns assessores de política econômica começaram a se concentrar em quanto tempo os bloqueios e outras medidas para conter o vírus podem durar, disse um consultor de fora da administração.

A equipe do consultor econômico Kevin Hassett determinou que, se as paralisações continuarem por muito mais tempo, os Estados Unidos poderão entrar em depressão, disse ele.

Uma fonte disse que Trump começou a conversar em particular no final da semana passada sobre a reabertura do país após a paralisação de 15 dias. Trump acredita que "somos fortes e precisamos de uma economia forte para lidar com esta crise", disse a fonte.

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