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Trump vê avaliação da CIA sobre assassinato como "prematura"

Presidente dos Estados Unidos, porém, também disse que descoberta da CIA que culpa príncipe saudita também é "possível"

18 nov 2018 - 10h44
(atualizado às 13h26)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou no sábado (17) como "muito prematura" uma avaliação da CIA culpando o príncipe saudita Mohammed bin Salman pelo assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi e disse que receberá um relatório completo sobre o caso na terça-feira (20).

Trump, na Casa Branca, em Washington 16/11/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Trump, na Casa Branca, em Washington 16/11/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Trump, em uma viagem à Califórnia, afirmou que a morte "nunca deveria ter acontecido". Segundo ele, o relatório na terça vai explicar quem o governo dos EUA acredita que matou Khashoggi e qual foi o impacto geral de seu assassinato. Não ficou claro quem está produzindo tal documento.

O presidente também disse que a descoberta da CIA de que Bin Salman teria tido participação na morte pode ser "possível". Trump fez as declarações horas depois que o Departamento de Estado disse que o governo ainda estava trabalhando para determinar a responsabilidade pela morte de Khashoggi, um colunista do Washington Post baseado nos Estados Unidos.

"Relatórios recentes indicando que o governo dos EUA chegou a uma conclusão final são imprecisos", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em um comunicado. "Ainda restam inúmeras perguntas não respondidas em relação ao assassinato do Sr. Khashoggi."

Donald Trump, presidente dos EUA, fala a repórteres durante visita a áreas afetadas por incêndios na California, EUA, 17/11/2018 REUTERS/Leah Millis
Donald Trump, presidente dos EUA, fala a repórteres durante visita a áreas afetadas por incêndios na California, EUA, 17/11/2018 REUTERS/Leah Millis
Foto: Reuters

Nauert disse que o Departamento de Estado continuará a buscar fatos e a trabalhar com outros países para responsabilizar os envolvidos na morte do jornalista "enquanto mantém a importante relação estratégica entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita".

Trump discutiu a avaliação da CIA por telefone com a diretora da agência, Gina Haspel, e com o secretário de Estado, Mike Pompeo, enquanto viajava para a Califórnia no sábado, disse Sarah Huckabee Sanders, porta-voz da Casa Branca, a repórteres.

A CIA havia informado outras partes do governo dos EUA, incluindo o Congresso, sobre sua avaliação, disseram fontes à Reuters na sexta-feira, o que complica os esforços de Trump para preservar os laços com o principal aliado dos EUA.

Uma fonte familiar com a avaliação da CIA disse que a análise se baseou em grande parte em evidências circunstanciais relacionadas ao papel central do príncipe na administração do governo saudita.

A conclusão da CIA é a mais definitiva dos EUA até o momento ligando o líder de fato da Arábia Saudita diretamente ao assassinato, contradizendo as afirmações do governo saudita de que o príncipe Mohammed não estaria envolvido.

Khashoggi, um crítico do príncipe herdeiro, foi morto em outubro no consulado saudita em Istambul, par aonde havia ido buscar documentos de que precisava para seu casamento.

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