Trump autoriza sanções contra funcionários do TPI
Tribunal investiga atuação de tropas americanas no Afeganistão
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou nesta quinta-feira (11) a imposição de sanções econômicas contra funcionários do Tribunal Penal Internacional (TPI) envolvidos em investigações contra americanos.
A decisão chega cerca de três meses depois de a corte sediada em Haia, nos Países Baixos, ter autorizado a abertura de um inquérito sobre supostos crimes de guerra cometidos no Afeganistão desde 2003.
O anúncio das possíveis sanções foi feito pela Casa Branca, afirmando que também está permitida a ampliação das restrições sobre vistos para funcionários do TPI e seus familiares. Os EUA não fazem parte do tribunal, que se ocupa de crimes de guerra e contra a humanidade quando os países não se mostram dispostos ou capazes de levar os casos à Justiça.
A investigação aberta em março vai apurar supostos crimes cometidos no Afeganistão a partir de 1º de maio de 2003, o que pode atingir a operação de tropas americanas no país. O pedido de inquérito é da procuradora Fatou Bensouda, que teve seu visto de entrada nos Estados Unidos revogado em 2019.
Ela quer apurar supostos crimes praticados pelas forças dos EUA, por militares afegãos e pelo Talibã. O grupo fundamentalista governou o país asiático de 1996 a 2001, até ser derrubado pela invasão americana. Washington acusava a milícia de dar proteção a Osama bin Laden, mentor dos atentados de 11 de setembro.
"As ações do Tribunal Penal Internacional são um ataque contra os direitos do povo americano e uma ameaça à nossa soberania nacional", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany.