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Trump ataca senadores republicanos após críticas por reação à violência em Charlottesville

17 ago 2017 - 11h48
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rebateu nesta quinta-feira políticos de seu Partido Republicano que repudiaram a resposta de Trump à violência em Charlottesville, na Virgínia, entre supremacistas brancos e manifestantes contrários a eles, acirrando a polêmica mais recente a atingir seu governo.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante declaração em Nova York 15/08/2017  REUTERS/Kevin Lamarque
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante declaração em Nova York 15/08/2017 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

Em uma séries de postagens no Twitter, Trump atacou os senadores republicanos Lindsey Graham e Jeff Flake, além da mídia, e disse que não fez qualquer comparação moral entre os supremacistas brancos e aqueles que se opuseram a eles.

Trump também criticou os esforços em diversos Estados norte-americanos, incluindo Flórida, Kentucky, Maryland, Carolina do Norte, Tennessee e Texas, pela retirada de estátuas que homenageiam líderes confederados pró-escravidão da Guerra Civil dos EUA.

"Triste ver a história e cultura do nosso grande país sendo rasgadas com a remoção de nossas lindas estátuas e monumentos. Você não pode mudar a história, mas você pode aprender com ela", escreveu Trump.

Os episódios de violência vistos no fim de semana na cidade da Virgínia inflamou as tensões raciais em toda a nação e ressuscitou os temores de grupos de ódio depois que Trump culpou tanto os supremacistas brancos como manifestantes contrários.

Monumentos confederados são vistos por muitos norte-americanos como símbolos de ódio.

Trump também havia expressado insatisfação com a remoção das estátuas de comandantes confederados em uma acalorada coletiva de imprensa na terça-feira, quando culpou não só os organizadores do protesto de nacionalistas brancos, mas também os manifestantes de oposição, pela violência em Charlottesville, e disse que havia "pessoas muito boas" em ambos os lados. Os comentários desencadearam uma onda de críticas.

A repercussão negativa pela reação de Trump aos incidentes também levou à dissolução de seus conselhos consultivos de CEOs na quarta-feira, depois que vários presidentes-executivos de algumas das maiores empresas do país renunciaram para protestar contra a resposta do presidente.

O fim dos conselhos também levou a especulações de que figuras do primeiro escalão do governo podem renunciar para não serem prejudicadas por sua associação com Trump. Entre os nomes citados como possíveis demissionários está Gary Cohn, principal assessor econômico de Trump na Casa Branca e peça-chave na interlocução do governo com a comunidade empresarial.

Cohn, que é judeu, ficou incomodado com as declarações de Trump, de acordo com fontes.

Os comentários de Trump foram repreendidos por republicanos destacados e por líderes empresariais por não terem denunciado inequivocamente os supremacistas brancos, embora muitos não tenham mencionado o presidente claramente.

Apoiadores de Trump, inclusive o vice-presidente, Mike Pence, por outro lado, disseram que endossam o presidente e suas palavras.

Nesta quinta-feira, Trump classificou um comentário de Graham do dia anterior de "mentira repugnante". Graham havia dito que os comentários de Trump insinuaram uma "equivalência moral" entre os dois lados.

Flake, outro crítico contundente de Trump, também pediu uma rejeição direta pelo presidente dos grupos pró-supremacia branca.

"Em busca de publicidade, Lindsey Graham afirmou falsamente que eu disse haver uma equivalência moral entre o KKK, neonazistas e supremacistas brancos e pessoas como a senhorita Heyer. Que mentira repugnante. Ele simplesmente não consegue esquecer sua surra eleitoral. As pessoas da Carolina do Sul lembrarão!", escreveu Trump.

Ele se referia a Heather Heyer, de 32 anos, que morreu quando um suposto nacionalista branco lançou seu carro contra manifestantes.

Em outro tuíte, o presidente qualificou Flake como "fraco nas fronteiras, no crime e um não fator no Senado", e pareceu declarar apoio a Kelli Ward, adversária republicana de Flake na corrida pela reeleição em 2018.

Os representantes de Graham, Flake e Ward não responderam de imediato a pedidos de comentário.

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