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Trump ameaça retaliação com força esmagadora; Irã chama Casa Branca de "retardada mental"

25 jun 2019 - 12h12
(atualizado às 18h11)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta terça-feira obliterar partes do Irã se o país atacar "qualquer coisa americana" em uma nova guerra de palavras com os iranianos, que por sua vez condenou as mais recentes sanções dos EUA contra Teerã, classificando as ações da Casa Branca como "mentalmente retardadas".

Presidente dos EUA, Donald Trump, assina novas sanções contra o Irã
24/06/2019
REUTERS/Carlos Barria
Presidente dos EUA, Donald Trump, assina novas sanções contra o Irã 24/06/2019 REUTERS/Carlos Barria
Foto: Reuters

Nesta segunda-feira, Trump assinou uma ordem executiva impondo uma série de sanções econômicas simbólicas contra o líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, e outras figuras importantes do regime iraniano, e medidas punitivas contra o ministro das Relações Exteriores da república islâmica, Javad Zarif, são esperadas para esta semana.

O Irã abateu um drone dos Estados Unidos na semana passada e Trump disse que havia cancelado um ataque aéreo em retaliação poucos minutos antes de sua realização, dizendo que muitas pessoas teriam sido mortas. Seria a primeira vez que os Estados Unidos bombardeariam a República Islâmica em quatro décadas de hostilidade mútua.

Em retórica semelhante à utilizada contra a Coreia do Norte, Trump publicou em sua conta no Twitter: "Qualquer ataque do Irã a qualquer coisa americana será respondido com grande e esmagadora força. Em algumas áreas, esmagador significará obliteração."

Em um pronunciamento televisionado na terça-feira, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que as novas sanções contra Khamenei não teriam impactos práticos pois o principal clérigo iraniano não possui ativos no exterior.

Rouhani, um pragmatista que venceu duas eleições com promessas de que abriria o Irã para o mundo, disse que as ações da Casa Branca eram "mentalmente retardadas" - um insulto que outras autoridades iranianas já usaram no passado em relação a Trump, mas que representa uma ruptura com o estilo normalmente comedido de Rouhani ao longo dos anos.

"A paciência estratégica de Teerã não significa que temos que ter medo", disse Rouhani, que ao lado de seu gabinete comanda os assuntos cotidianos do Irã enquanto Khamenei, que está no poder desde 1989, é a autoridade suprema do país.

Os EUA impuseram sanções financeiras impeditivas sobre o Irã no ano passado quando Trump se retirou de um acordo firmado em 2015 entre Teerã e outras potências mundiais sob o qual o Irã freava seu programa nuclear.

As tensões escalaram de maneira grave no mês passado quando o governo Trump apertou o laço das sanções, ordenando que todos os países cessassem as compras de petróleo do Irã.

Tal medida efetivamente condena a economia iraniana, privando o país da principal fonte de receita utilizada pelo governo de Teerã para importar alimentos para sua população de 81 milhões de pessoas, e deixando a ala pragmática da liderança iraniana, liderada por Rouhani, sem evidências sobre os benefícios do acordo nuclear.

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