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Trump ameaça cortar auxílio financeiro para membros da ONU por votação sobre Jerusalém

20 dez 2017 - 18h36
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira cortar auxílio financeiro para países que votarem a favor de um esboço de resolução da Organização das Nações Unidas pedindo que os EUA retirem sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

Trump durante reunião na Casa Branca
 20/12/2017   REUTERS/Jonathan Ernst
Trump durante reunião na Casa Branca 20/12/2017 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

"Eles recebem centenas de milhões de dólares e até mesmo bilhões de dólares, e então eles votam contra nós. Bem, nós estamos olhando estes votos. Deixem eles votarem contra nós. Nós iremos poupar muito. Nós não ligamos", disse Trump a repórteres na Casa Branca.

A Assembleia Geral da ONU, de 193 membros, irá realizar uma rara sessão especial de emergência na quinta-feira - a pedido de países árabes e muçulmanos - para votar em um esboço de resolução, que foi vetado pelos Estados Unidos na segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU, de 15 membros.

Os 14 membros restantes do Conselho de Segurança votaram a favor da resolução esboçada pelo Egito, que não mencionou especificamente os Estados Unidos ou Trump, mas expressou "profundo desapontamento com decisões recentes acerca do status de Jerusalém".

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, em uma carta a dezenas de Estados da ONU na terça-feira vista pela Reuters, alertou que Trump havia lhe pedido para "relatar sobre os países que votaram contra nós".

Ela ecoou sem rodeios este pedido em uma publicação no Twitter: "Os EUA irão anotar nomes".

Diversos diplomatas seniores disseram que o alerta de Haley não deve alterar muitos votos na Assembleia Geral, onde tais ameaças públicas e diretas são raras.

Miroslav Lajcak, presidente da Assembleia Geral, se negou a comentar sobre as afirmações de Trump, mas acrescentou: "É direito e responsabilidade dos Estados membros expressarem suas opiniões".

Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, também se negou a comentar nesta quarta-feira sobre as afirmações de Trump.

 "Eu gosto da mensagem que Nikki enviou ontem nas Nações Unidas, para todas aquelas nações que recebem nosso dinheiro e então votam contra nós no Conselho de Segurança, ou votam contra nós possivelmente na assembleia", disse Trump.

"BULLYING"

Trump reverteu abruptamente décadas de política externa dos EUA neste mês quando reconheceu Jerusalém como capital de Israel, gerando irritação a palestinos e o mundo árabe e preocupação entre aliados ocidentais de Washington.

Ele também planeja transferir a embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém. O esboço de resolução da ONU pede para todos os países se absterem de estabelecer missões diplomáticas em Jerusalém.

Um diplomata sênior de um país muçulmano, falando em condição de anonimato, disse sobre a carta de Haley: "Estados recorrem a tal flagrante bullying somente quando sabem que não possuem argumento moral ou legal para convencer outros".

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