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Trump admite incerteza sobre cúpula com Coreia do Norte, mas diz que insistirá em desnuclearização

16 mai 2018 - 13h24
(atualizado às 15h09)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu nesta quarta-feira que não está claro se a cúpula planejada entre ele e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, acontecerá, mas disse que Washington insistirá que a Coreia do Norte desista de suas armas nucleares, apesar da ameaça de Pyongyang de cancelar a reunião.

Presidente dos EUA, Donald Trump, chega a Ala Oeste da Casa Branca
16/05/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Presidente dos EUA, Donald Trump, chega a Ala Oeste da Casa Branca 16/05/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

A Coreia do Norte colocou a cúpula de 12 de junho em dúvida, dizendo que pode não comparecer se Washington continuar a exigir que o país abdique de seu arsenal nuclear unilateralmente. O regime também cancelou conversas de alto nível com Seul agendadas para esta quarta, culpando os exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul.

"Teremos que ver", disse Trump a repórteres no Salão Oval da Casa Branca quando indagado se a cúpula ainda estava de pé. "Nenhuma decisão, não fomos notificados de nada... não vimos nada, não ouvimos nada", acrescentou, mas garantindo que continuará a pressionar pela desnuclearização da península coreana.

O cancelamento da cúpula, o primeiro encontro da história entre um presidente norte-americano no exercício do cargo e um líder norte-coreano, representaria um grande golpe no que seria o maior feito diplomático da Presidência Trump.

Trump criou a expectativa de um sucesso, apesar de muitos analistas terem mostrado ceticismo a respeito das chances de se superar as diferenças devido a dúvidas sobre a disposição de Pyongyang para abrir mão de um arsenal nuclear que diz ser capaz de atingir os EUA.

Mais cedo a Casa Branca disse ainda ter esperança na realização da reunião, mas que Trump está preparado para uma negociação dura.

"O presidente estará pronto se o encontro ocorrer", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, à rede Fox News. "Se não ocorrer, continuaremos a campanha de pressão máxima que está em andamento".

Ela disse que os comentários norte-coreanos "não são algo que é fora do comum nestes tipos de operações".

O primeiro vice-ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Kim Kye Gwan, lançou dúvidas mais cedo nesta quarta-feira sobre a realização do encontro Kim-Trump em Cingapura.

O vice-ministro criticou especificamente o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, que exortou a Coreia do Norte a desistir logo de seu arsenal nuclear por meio de um acordo semelhante ao que levou a Líbia a abdicar de suas armas de destruição em massa.

Pyongyang teve atritos com Bolton quando ele trabalhou para o governo Bush, classificando-o à época como "escória humana".

"Já lançamos luz sobre a qualidade de Bolton no passado, e não escondemos nosso sentimento de repugnância por ele", disse o vice-ministro Kim.

Sarah Sanders pareceu relutar em endossar o modelo líbio que Bolton defendeu, dizendo que o modelo que será seguido no trato com Pyongyang será "o modelo do presidente Trump".

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